quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

De um email pra Camila.

"Sim, eu sou uma completa irresponsável.Ah, foda-se, eu tô feliz demais, mesmo estando em casa.Não, eu não estou apaixonada, por ninguém.E eu já tinha esquecido que essa "dor que desatina sem doer" não dói é o caralho.Doi sim.Correspondida ou não.Hoje eu sei que vou encontrar um cara sereno pra mim, sabe?Que veja a vida como eu vejo, como uma infinitude de maravilhas a serem descobertas e cheio de vontade de descobrí-las sem medo do depois.Eu sei que ele vem; mais cedo ou mais tarde.Enquanto eu espero por ele os outros caras serão só outros caras.[...]"



É bem isso hoje.É BEEEM isso.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Consumo.

Entre aqueles aplicativos do Facebook, encontrei um de frases do Caio Fernando Abreu.Fiquei estarrecida quando o trecho que saiu pra mim se encaixou ao meu corpo como se tivesse sido feito sobre ele e o penetrou.Era "Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consomem cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe mas foi só mais um engano? E quantos ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com essa fome na boca...".É verdade que tenho consumido homens como se consomem cigarros.Olhando pra eles e os vendo descartáveis como o filtro de um cigarro já se apagando.Deito, rolo e me lambuzo, e sorrio, brinco e uso; e abuso logo, enojo logo, me livro logo.E nada fica deles em meu corpo, às vezes me passa o cheiro ou o gosto de algum deles, mas logo depois se perde e se esquece no ácido do meu estômago agora eternamente em erupção ou na falta de cheiro habitual que só depois de anos a gente descobre que era também um cheiro.Dou um jeito de fazer com que dêem o fora da minha vida antes de terem sequer entrado nela.Talvez eu esteja andando com os homens errados também, com homens-cigarros. Talvez eu é que, no fim, seja uma mulher-cigarro ou tenha me tornado uma. É que fazendo deles descartáveis, me faço assim também.E o faço conscientemente, menosprezando cada toque e palavra, igualando-os, aniquilando-os.E vou levando assim, sórdida, rindo de seus desejos e repugnando suas caras de tesão ou dúvida diante das minhas excentricidades.Vou, assim, repugnando a mim mesma e ao tesão que já não sinto; melecando-me nessa gosma meio promíscua que circunda todas essas relações dispensáveis.E nada me entristece ou me fere,tudo apenas me consome.Eu me consumo como se consomem cigarros.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

De ambição.

Encontre uma casa arrumadinha no meio de um bosque onde esquilos venham depositar nozes de manhã cedinho ou perto de uma vila perdida em algum interior cheio de coisas bonitas.Abra as janelas da casa e perceba como o ar varre qualquer vestígio de desconforto que houvesse nela.Cante uma canção singela que fale de você.Ouça os pássaros cantando alto de manhãzinha.Encontre um homem engraçado e feliz que aceite morar lá contigo.Acorde uma manhã e descubra que ele passou as últimas horas observando você dormir.Sorria um sorriso matinal de "eu te amo" quando ele sussurrar "Bom dia, meu amor".Levante se perguntando como um homem tão incrível pôde se apaixonar por você e, enquanto ele estiver na cidade trabalhando, costure um vestido lindo e receba as suas amigas para um chá.Riam muito contando o quanto sofreram por amor num passado que agora parecerá ter acontecido noutra vida.Faça um arranjo simples com as flores mais delicadas que você encontrar num passeio pelo bosque.Encontre um lindo jarro velho esquecido em algum cômodo da casa.Coloque as flores no jarro e o jarro na janela.Coloque um cd de Chico Buarque pra tocar e feche os olhos sentada no sofá.Ouça a porta abrir e sorria, ainda de olhos fechados, sinta a cabeça dele repousar no seu colo e afague os seus cabelos.Abra os olhos e o observe com os olhos fechados e um quase sorriso por alguns segundos.Diga "eu estou grávida", sinta ele estremecer no seu colo, veja como abre os olhos, sorri com o maior sorriso do mundo e te beija por todos os cantos.Ria de como ele fica com medo de você se quebrar a cada passo que você dá.Nessa noite, durmam de conchinha e um segundo antes de pegar no sono, pense que você esperou por isso a vida inteira e que você sabia que ia chegar lá.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Do afogamento.

Existe, em algum lugar no fundo da minha piscina, o poço de todo desespero.Ontem o descobri casualmente quando, depois de um dia de calor infernal, resolvi tomar um banho quase à meia noite.Enquanto a água encobria o meu corpo e eu dava braçadas até perder o fôlego e a força, a piscina inteira se tingia do mesmo desespero mudo e caótico que se instalou em mim e que agora se transforma em quase não querer, em quase paralisia.

Só queria agora aqueles livros infantis de letras verdes que eu lia quando uma história era só uma história.Sinto falta daquela coisa meio vegetal, meio úmida, que lambuzava o meu cabelo quando tudo em mim e no mundo tinha aquela magia infantil que só quem nunca doeu demais consegue ver.Eu queria parar de doer sem estar machucada.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Aniversário.

Eu ia postar sobre Petrolina, mas recebi um email lindo e eu preciso compartilhar isso com o mundo.

"Desejo a você tudo que você me ensinou a desejar. Desejo os melhores filmes do mundo, aqueles com os melhores finais de jazz.Desejo as melhores e mais vibrantes cores e nos dias que elas faltarem, desejo que as pastéis te façam perceber como nascemos para as vibrantes.Desejo que sintas todos os tipos de sentimento raiva, amor... para que sintas uma das melhores sensações, a de estar viva.Desejo que ponha uma mochila nas costas e conheça todos os lugares do mundo, e converse com as mais diferentes pessoas e se puder, desejo que me leve com você.Desejo que se torne a melhor pessoa que puder ser.Desejo que não dê tudo de si, mas sim, o melhor de si no mínimo que fizer.Desejo que tenha seu bacurizinhos de cabelo cacheados correndo pela casa, e se puder, ainda desejo passar tempo com eles para salvar alguma coisa.Desejo que ganhe dinheiro suficiente para comprar sua casa no Capão.Desejo que continue descobrindo as melhores músicas, porque nós sabemos o quanto elas são importantes em todos os momentos.Desejo os banhos de chuva, de cachoeira, as corridas descalça pela grama, as conversas sob o céu, as promessas, as festas, as bebidas, as pizzas... Hoje é seu aniversário e eu queria estar aí. Queria beber e festejar com você. Queria mostrar através do brilho do meu olhar e do meu sorriso como me orgulho de te ter na minha vida. Feliz aniversário.Te amo, Bárbara Guerra. "


O blog alterou a formatação, mas o conteúdo é esse aí.
Camila Souza, essa foi umas das coisas mais bonitas que já me escreveram e desejaram.Foi um dos presentes mais bonitos que eu já recebi na vida.Obrigada, e você não faz idéia do quanto eu te amo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pra Camila, porque ela sente falta.

Um tanto do que eu gostaria de dizer fica preso nas entrelinhas desses caralhos e bocetas latejantes que atravessam as ruas ao meu lado.No fim das contas, são só isso, não?Um monte de orgãos sexuais molhados e carentes.Na verdade, espalhei esses montes de coisas pelas bocas de tantas pessoas em cujos braços e beiços me esfreguei, pútrida, tentando esquentar o frio que se instalou na boca de meu estômago e preencher o buraco que se abriu no fundo dele.Tanto falatório, duzentos livros que não dizem nada, duzentas mesas bar cheias de copos vazios, acolhedoras, sempre acolhedoras mesas de bar.


[continuaria, mas tenho que sair]

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Do fundo dos olhos.

o que fazer quando você se torna um abismo tão grande e a sensação que tem é de que nunca pára de cair de si?é que a própria queda [leia-se eu] não pára de cair, como o silêncio não pára de calar e a morte não pára de morrer.é agora como se eu fosse infinita em minha finitude e não parasse de findar, sem fim.e não há desespero em minha queda, nem há passagem, caio parada no mesmo lugar, talvez você não consiga conceber esta idéia, mas ainda assim, é uma queda imensa e interminável.não há também o desespero por estar caindo, não há desespero da água caindo na cachoeira, é natural, é da essência: a água é a queda d'água, eu sou a queda do abismo do qual só eu posso cair.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Colar.

Hoje eu gostaria de lhe dizer tudo o que se passou desde a última vez em que nossos lábios se tocaram e aquele gosto forte de sangue se derramou em nós.Queria lhe dizer de tudo o que pensei nesse meio tempo, tudo, tudo cada detalhe e palavra, hoje eu queria me dar inteira outra vez pra você.Eu, que nesses tempos tenho me consumido em silêncios intermináveis, hoje falaria sem parar, sem descanso, até perder o fôlego, se fosse pra você.Hoje as coisas seriam naturais pra nós dois, se você se esquecesse em meus braços, eu cantaria pra você dormir e ficaria acordada a noite inteira velando o seu sono.Hoje, só hoje, eu queria o seu desconserto e a sua dor, e tudo mais que eu nem pudesse suportar, sobre os meus ombros, me destruindo mais e mais.Hoje eu queria você, e só você, inteiro, com todos os defeitos, medos e gorilas.Hoje eu queria não o seu corpo, que libido já não faz parte da minha vida, queria o frio dos seus olhos, aquilo que me arrepia a nuca e a alma.Queria suas mãos no meu rosto e a sua respiração perto da minha face.Hoje eu queria a sua voz sussurrando "eu te amo" tão baixo, tão baixo, que só o meu coração fosse capaz de ouvir.Hoje eu queria ter guardado uma lágrima sua para agora esfregá-la no meu rosto na tentativa de ter qualquer coisa sua me tocando e se prendendo à minha pele.Hoje eu queria ter aquela parte de você que tantas vezes tive e quis.Hoje eu queria até as partes de você que eu não quis.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cromossomicamente.

É engraçado pensar essa minha necessidade compulsiva de escrever como uma característica definida geneticamente.Imaginar uma família inteirinha de pessoas parecidas comigo sentada em frente a computadores ou cadernos, escrevendo por horas a fio, sem parar, sangue do meu sangue.Sobre o que falarão meus tios e tias, meus primos, primas, meus filhos, o que rabiscarão meus netos?Será que terão mesmo o que dizer, como só o Cristiano e a Camila acham que eu tenho, ou simplesmente colarão umas palavras nas outras como eu faço numa tentativa quase sempre frustrada de relaxar os músculos pensatórios?Que sonhos literários sonharão?Que quimeras?O que, de ígneo, ensurdecerá seus olhos nos breves momentos de uma palavra que se borda, rápida e ácida, e se ressignifica sob as mãos calejadas dos poetas que, em suas mitocôndrias, nada compartilham comigo e que, ainda assim, têm genes dos meus?

Haverá algo mais de genético em minha personalidade?Os exageros?O movimento?Os amores? Ou será tudo a minha alma exterior?

E eu não gosto de finalizar posts com perguntas, mas essa não tem resposta.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Das saudades de Petrolina.

Sinto apertar-me no peito uma saudade doce e aguda várias vezes ao dia.Não só da orla, do rio e das matérias inéditas da faculdade.Sinto falta da liberdade, do silêncio, do medo, da coragem, do ânimo, das novidades.Sinto falta do não saber o que fazer, do não ter pra onde ir, da sensação de ter a cidade inteira nas mãos e à disposição dos meus caprichos.Sinto falta até da agonia, do desespero, do "eu não pertenço a nada disso", eu sinto a falta de quase tudo em Petrolina.

A voz e os cuidados de Tiago;
a risada de Luiza;
a cara de "entendeu o trocadilho?" de Bidido;
a auto-estima de Ana Terra;
a doçura de Simone;
as cantorias de Darlan;
os xiliques de Neto;
os gritos de Priscila;
o rebolado de Mari;
as revoltas de Ane;
as sacanagens de Bruno;
os "Prision Break"s;
a zuação de Actos;
a vivacidade de Júlia;
a franqueza de Bruna;
a sutileza de Andreza;
as baixarias de Isabella;
as confissões de Aymê;
as idiotices absurdas de Didi;
as doenças intermináveis de Ricardo;
a risada estridente de Aliny;
as gírias de Flávia;
a pele de Raul;
o brilho nos olhos de Flávio;
a voz grossa de Luzânia;
as bobagens de Kátia;
a força de Carine;
as zoações com o Gaúcho;
o humor de Daniel;
os furinhos do sorriso de Ângelo;
os sonhos apaixonados de Ana Fernanda;
as narrações sexuais de Fernanda;
a filosofia com Railma;
as bebedeiras, as noites, os sorrisos, as pessoas de cujos nomes eu tenha, eventualmente, esquecido de citar, as inconseqüências, os acasos, tudo, tudo, tudo, tudo em Petrolina ficou marcado.


"-Essa vida é boa ou não é?" (Octamar)

É, Octa, se é.

(sim, sim, eu ando extremamente saudosista esses dias.)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Repostando: "Ousadias de fim de semestre".

Querido professor, lhe trago esta maçã mais como uma oferta de Lilith que como um agrado.A maior parte das coisas que você lerá nas próximas linhas em nada lhe acrescentará, mas ainda assim, elas esperaram o semestre inteiro para sair de mim.Digo-as apenas aqui, covardemente escondida por trás das teclas que impedem que fiquemos os dois ruborizados e fugitivos cara-a-cara(ficaremos, inevitavelmente, mas sem precisar assumir um para o outro, então).Há um tipo de brilho em seus olhos que poucas vezes vi noutros (se é que já vi), é um misto de sagacidade e meninice com mais alguma coisa indefinida que faz com que pareçam desmontar constelações inteiras num breve piscar.São olhos de alma.Não, não olhos 'da alma', olhos DE alma.Tem pessoas que quando nos olham parecem estar absolutamente ocas, como se nada do que viveram houvesse ocupado qualquer espaço em seu olhar, você não.Você tem olhos tão cheios, tão cheios, que a alma inteira parece ter se depositado naquele ponto de luz que eles emitem enquanto você divaga sobre umas boas ironias filosóficas.Há também, sem nenhum respeito, um tanto de erotismo neles.Por que?Onde?Como?Eu não sei de onde vem, mas que há, -pelos céus!- há, e é mais do que o suficiente e o saudável para nós, pobres mortais que o cercamos.
Sem falar no quê de teatralidade, que me diverte e prende, em seus movimentos.E no distanciamento ético que faz com que todos esses meus pensamentos soem meio ridículos e fora de contexto.Além disso tudo, para fazer par com os olhos, o sorriso às vezes o faz parecer um menino travesso que acaba de aprontar uma armadilha e só está esperando que alguém caia nela.Tem as mãos bonitas também, muito, muito brancas, e sandálias de couro(*-*).
Mas, apesar de todos os atributos encantadores acima citados, tem uma coisa que chama ainda mais atenção e eu juro que não vou falar do sotaque(hahaha).É a aura de paixão que o encobre quando se perde em uma linha de raciocínio sem perceber que carrega uma sala inteira junto.

Então, senhor Marcelo, perdoe-me a ousadia, mas tu, com tuas viagens, foste um dos meus poucos motivos para acordar sorrindo às quartas e sextas por um semestre inteiro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Escrito em 11/08/09:

Daqui da sacada que não tenho, roubo ainda seus olhos do palácio em que se esconderam para que perfumem mais uma vez meus cabelos com a aquarela de flores que colhi enquanto fomos amor.Daqui do vigésimo andar subsolo, agarro-me às asas de meus pensamentos passionais gritando "vão-se embora"!Pendurada em meu peito, sua lembrança estremece, moribunda, batendo pé, negando-se a abandonar o plano principal de minha vida.Eu, vendo a cidade inteira por dentro, formalizo seu esgoto, vestindo-o com terninhos para que, se, um dia, você lembrar onde me deixou e quiser buscar-me, a bosta se apresente de forma digna.-


Nesse exato momento acabou a aula de Literatura e eu parei de escrever.
Depois de tanto tempo sem esboçar uma só linha que se borde, eu confesso que me sinto enferrujada.

sábado, 1 de agosto de 2009

Sobre a manhã em Arembepe.

Muitas coisas idiotas, palavras bestas, babaquices, críticas, discussões sobre os absurdos de racionalidade dele.
Nada de romances, mas tudo muito bonitinho.

Vem, baiana, eu mandei fazer sol pra você vir.

domingo, 26 de julho de 2009

repetição.

quantas vezes eu já fui dormir rezando para não acordar?
já nem é mais novidade.
e tudo isso só por causa de uma ervilha embaixo do colchão.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

De dias vermelhos.

Vem me comendo pelos lados, me tomando, contorcendo, distorcendo.Vem trepando as minhas pernas, gozando as minhas mãos e lambendo os meus peitos.Vem beijando a minha nuca, puxando meu sorriso para o rosto, arrepiando as minhas costas e emaranhando os meus cabelos.Me excitando, exagerando, vem me beijando em todos os cantos e dobras do corpo.A vida veio, dessa vez já não suave, me jogando na cama, rasgando a minha roupa e me penetrando sem dó e sem parar.Ela tem enchido o meu sono de preliminares e culmina o meu tesão todos os dias, o dia inteiro, me rompendo em uma sucessão de orgasmos incansáveis que não me tremem as pernas, mas se fundem transformando todas as horas num gozo profundo."A vida anda passando a mão em mim", e não só passando.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Da cômica paixão pré-adolescente.

Passei os últimos dias me perguntando quantos anos teriam passado desde a última batida do meu coração nas mãos dessa estranha criatura que agora me toma palpitante e tranquila entre os braços.Quatro, cinco anos talvez?Nem importa tanto se agora o bater frenético no peito e o tremer das pernas tem outra explicação.Quanto terei mudado e quão diferente ele me vê agora? Impossível saber, continuo não tendo palavras para expressar-me quando ele está perto e continuo rindo, de nervoso ou de felicidade almática, até as bochechas doerem e doerem mais. E lá vou eu florindo tudo outra vez, e vendo chifre em cabeça de coelho.Verdade é que, por atrás dessa "mulher" cheia de sorrisos, piadinhas e serenidade, continua a mesma menina insegura de mãos geladas e sem saber o que dizer que fui tantas noites quando ele se punha a ferir-me com os beijos não dados que agora pego à força.As piadas dele continuam tendo a mesma acidez desconfortável de antes e eu continuo esperando pelo momento de perder a paciência que nunca chegou, nunca chega.E é tudo meio estranho, meio sem propósito e desajeitado, mas faz bem.E eu fico aqui matando tempo para que me venha mais uma dose da estranheza que ele traz.Que ele a traga inteira e aos poucos, queimando minha pele com os olhos e saltando meus pêlos com os lábios.E que ele me traga inteira do fundo do poço no qual me instalei e que me tome inteira, devagar e cínico, com os olhos de quem sabe voar e o sorriso de travessuras.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Capão.

Depois de muito tempo sem escrever, aqui ou em qualquer lugar, volto não por inspiração, esta só voltará com o tempo, é fato.Volto aqui, para falar das poucas coisas que têm me aflingido nesses dias de retorno.Para começar, saibam que eu estive no Capão.Daí, deduzam que eu lembrei o quanto vale a pena viver.No entanto, essa volta ao lar(sim, o Capão é o que eu posso chamar de lar) me trouxe uma agonia profunda por ter de deixá-lo novamente.Guardo agora aquele velho tipo de saudade que a gente alivia, mas depois volta dilacerante.Tenho agora a sensação de que esta vida aqui é muito pouca para mim, eu quero morar no Capão.Eu quero, sim, acredite se quiser, largar toda a badalação, as festas, as dezenas de homens maravilhosos pela calma das montanhas, pelo barro, os mosquitos, os arranhões no joelho, por um homem só que eu não preciso amar de cara, mas que tope largar tudo e vir comigo para a gente se encantar.Parece a típica loucura ao modo de Doce Novembro, mas soa perfeitamente razoável agora.Descobri em mim, como a cada ida ao Capão, a capacidade de amar qualquer pessoa, apesar de quase tudo, e isso me dá a liberdade de amar um ou vinte homens, atemporalmente.
Mais uma coisa que vocês precisam saber: estou voltando a morar na minha amada Salvador.Os motivos, que não são poucos, eu não vou enumerar aqui, por já tê-los dito demais.Deixar toda a vida e a liberdade que consegui na outra margem do Velho Chico não foi uma escolha das mais fáceis, mas, dentre tantas coisas, eu não quero me acomodar, quero agarrar todas as oportunidades e, se não o fizesse agora, já não seria eu.
Mais uma aflição e que vai parecer meio exagerada ou surreal é sobre a profundidade do céu.Todo esse ar, e não só ele, tudo o que está acima...Olhar o céu agora me parece olhar para baixo à beira de um abismo, dá vertigem, como se eu pudesse cair para cima.Talvez, no fim das contas, eu possa.

No mais, eu estou feliz e eu sou, novamente, um poço de amor à vida, e a tudo o que me cerca.Essa sou eu de novo.Um tanto mais sólida, admito, e isso me frusta um tanto, mas eu vou desenrijecer(essa palavra existe?) de novo e logo, eu sei.E eu nunca mais vou passar tanto tempo longe do Capão.Não mesmo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

:T

"-Eu te amo.
-Eu sei disso."


Feliz aniversário, meu bem.

sábado, 13 de junho de 2009

'if she loves you, let her go.'

See, how can someone be so stupid?

Haverá, pelos céus, alguém que, em plenas faculdades mentais, possa recusar amor como o que lhe devoto?
Que recuse o bem que lhe quero, que, de tanto querê-lo contorce a alma inteira em busca do que se encaixa nele para fazê-lo feliz?
Alguém que, diante das evidências de ter encontrado aquela que, entre todas, foi-lhe destinada pelos deuses, a despreze?
Entre todos os homens, destinaram-me aquele que prefere cercar-se de passagens a aceitar minha estadia.
Devo ter por vidas inteiras cedido meu corpo a caprichos mórbidos enquanto minha alma gêmea corria pelo mundo à minha procura.
Agora que que me encontra e percebe o que de nós andei fazendo nos últimos séculos, rejeita-me com toda razão.
Por quantas vidas ainda terei que esperar para que, enfim, a felicidade nos braços dele seja minha também?
-Ora, quanta tolice! - dirão os mais velhos - há ainda de apaixonar-se incontáveis vezes e desposar alguém que lhe seja realmente merecido.Não, não chore, criança, ele é só o primeiro de muitos.
Deixar-me ir, não significa, em absoluto, deixar-me livre.Pelo contrário, é condenar-me a uma vida à sombra da felicidade que tive, à espera da felicidade que só terei noutra encarnação.Por tanto tempo me procurou para entregar-me aquela flor e, quando avistei, depois de tanto, nele a árvore branca pela qual sempre esperei, me pede para ir.Vou, que opção me resta?A eternidade de pessoas banais e relações vazias me espera, não é isso que me deseja?Não, eu não acredito que você possa imaginar que haverá para mim ou para você outra pessoa, o que você faz é nos condenar ao resto da vida na solidão.E, sendo essa a sua sentença, cumprirei.
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P.S.:'love only gets you down' é meu ovo.Você pode ter esquecido o seu sorriso e o brilho nos seus olhos, você pode ter esquecido o tom da sua voz enquanto dizia aquele último 'eu te amo', você pode ter esquecido o diabo que for, mas eu não.Eu não esqueço o som da sua risada sem graça, o branco dos seus dentes e a doçura na sua voz, não, eu não esqueço a cara linda que você faz toda vez que finge que não quer me beijar mordendo o lábio de vontade, eu simplesmente não esqueço.Não me vem com essa de 'love only gets me down' porque você SABE o quanto fica feliz comigo.Então, presta atenção, não adianta ficar nessa de 'é bem melhor sem se apegar' porque só é bom no começo.Eu ainda posso ser o que você chama de lar, e você vai precisar de um, uma hora.E, meu bem, você vai me odiar ao ler isso, mas os seus amigos que só são amigos quando você é domínio deles(pois você sabe que esses são os seus amigos), não vão lavar as suas cuecas e colocar as crianças para dormir, eles vão casar e ter ser próprios filhos, não importa o quanto você precise deles, e quer saber, você pode achar que seus pares fazem muito mal a eles, mas, diferentes de você, eles não vão se importar com uma palavra do que você diga.No fim das contas, você vai pensar em mim e no quanto nós teríamos sido felizes se você quisesse ser feliz, mas eu não vou mais estar aqui, porque você me ordenou que fosse e então eu estarei debaixo da terra, ou boiando no São Francisco.You must know, baby, you must know.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

De dias ruins.

Eu não ando nada bem.
Atravesso a cidade espalhando sorrisos, mas ando a passos mortos, com os olhos cansados e a boca sem esperança.
Não, eu não ando nada bem.
É que os braços dele estão me esperando em cada esquina e quando me atiro, eles somem.
E longe desses braços eu não sou.
Fico aqui, então, feito zumbi, trocando bobagens entre as pernas, rezando para viver de novo, para ter aqueles olhos nos meus de novo.

E viver já nem tem valido a pena.

sábado, 6 de junho de 2009

'I thought that I was stronger.'

Sabe quando você simplesmente não aguenta mais e entrega os pontos?
Pois é, as músicas que vão tocar hoje são só entre Corinne e Caetano.
Porque essa maldita cidade tem o cheiro dele em cada espaço e eu já cansei de lutar contra isso.
Estou fadada a isso, sentí-lo sem tocá-lo (ja)mais.

Eu desisto, essa força que me puxa para baixo venceu; ao menos, por hoje.

...

O post "Ousadias de fim de semestre" foi censurado e apagado pelo meu senso de ridículo. o/

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Gripe.

'Eu também estou com saudade de você, sabe.'

'Ligue, ligue, ligue, ligue, ligue para mim
Diga, diga, diga, diga, diga que me ama que eu não vou mais implorar,
Se quer saber, deixa estar.'

O que é mesmo que se passa?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Forró.

"Quantos aqui ouvem e os olhos eram de fé?Quantos elementos amam aquela mulher?Quantos homens eram inverno, outros verão?Outonos caindo secos no solo da minha mão."


O azul é a cor da alegria. :]
Tenha fé no balançar dos vestidos, saiba de onde vem, pouco importa pra onde vai.
E se mexa, se mexa muito, faça de tudo pra não parar, porque se você pára, lá se foi o São João.

domingo, 31 de maio de 2009

hey, let me speak, speak, speak!

Hoje que vim aqui pra falar.E pra falar sem parar.Sem ter tempo de pensar.Enquanto o cd na lista de execução ainda existir, estarei aqui, escrevendo.Então falemos:as minhas costas doem como poucas vezes alguma coisa doeu em mim, mas eu juro que eu nem me importo.Essa noite eu dancei como em poucas vezes dancei nos últimos anos, dancei até doer e quando doeu, eu disse "ah, não baby, você não vai parar agora.MAS NEM FODENDO, GATA".Nessa noite eu ri das coisas mais mínimas como um vento que passou mais forte ou os pés muito brancos de um menino bonito no chão frio de grama molhada.A sensação que tenho agora é de que eu nunca dormi.E que eu nunca mais vou dormir, mas isso não é desesperador, é só um fato.E um fato que me consola, que não terei outra vez de deitar em minha cama e dormir sob milhares de dimensões de um mesmo castanho.E ISSO É ESCANDALOSAMENTE MARAVILHOSO!!Eu não consigo parar de me mover; simplesmente.Assim como eu não pude parar de amá-lo quando tive que fazê-lo; simplesmente.Mas que seja.Hoje tudo se move ritmicamente, da última folha à minha língua que agora banhou a mania de passear pelo aparelho no fundo dos meus dentes inferiores mais aparentes.Olho a minha cara, o meu corpo já é tão menor que eu.

E eu sou TÃO maior que o lixo do meu corpo!!


(e se você fecha o olho a menina ainda dança.)
Eu amo você, Karyna França.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Post para Camilão.

Devo começar, obviamente, com as novidades mais quentes que me deixam radiante esta manhã: troquei o piercing e tirei o colar do pescoço.
O que isso significa? - você iria me perguntar.
Provavelmente não muita coisa, mas dá a impressão de que o mundo voltou a girar.
Na verdade, meu mundo voltou a girar, Camilão.
Eu não sei onde estou indo, muito menos por que, mas sigo andando e com prazer.
"Não estou mais interessada no que sinto, não acredito em nada além do que duvido." - Que Renato Russo esteja no que ele chamaria de paraíso.

É verdade o que eles dizem sobre ser impossível sofrer para sempre por alguém, uma hora a gente acaba vendo que, além de não valer a pena, as coisas são como são, não importa como você gostaria que fossem e muito menos quantos planos você fez.E serem como são, no fim das contas nem é tão mau.
Nós duas sabemos disso teoricamente, minha amiga, e na prática as coisas não deveriam ser tão diferentes.Mas as coisas são como são.hahahaha.
Talvez, e só talvez, sejam só umas fases mesmo necessárias para que aprendamos a nos embriagar...e a sobreviver, a rastejar para encontrar comida, a fuçar o chão para depois rir dos nossos focinhos cheio de areia.
A quantos cortes já sobrevivemos, gata?Foram muitos, muitos.
E aprenderemos, disso estou certa, e riremos porque, repare bem, nós é que somos as mulheres aqui, pondo na balança, nós estamos sempre acima.E pouco me importa a Antropologia que tenho estudado e que os conceitos de feminino e masculino sejam construídos, no fim das contas, são as mulheres que importam.
Então, levantemos nossos rostos, empinemos os narizes e sigamos para a felicidade, quem quiser ficar para trás que fique, a gente vai dançar.


E, nessas férias, a gente não vai parar nem por um segundo.
Amo você, Camila Souza.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Diabos, eu te amo!

Não sei do que ainda me toma todos os dias e que alimenta este maldito parasita que trago em meu peito.Antes tivesse minha alma vendido a Satã para tê-lo ou esquecê-lo de vez.Verdade é que já não tenho escrúpulos, prazeres ou boas maneiras, e que a permanência desta criatura pulsante toma mais espaço em meu corpo a cada dia.Já não há segredos do quanto sua vida é melhor sem mim, nem nada se esconde do quanto ela não tem sentido nem graça enquanto não me tem.Já não podendo ser inteira, a parte de mim que vaga nem é mais capaz de simular contentamento.Torno-me diariamente uma pedra de resignação que, conhecendo as cores de Almodóvar, adota as de Tim Burton.Tantas vezes tive chances de atirar-me de montanhas e pontes sem a menor chance de sobreviver e não as agarrei.Gostaria agora de saber o gosto que teria a água no fundo daquele rio suiço ou se eu também viraria fumaça pulando da cachoeira na qual só estive por três vezes, mas que por tantos anos de minha vida adorei e em cujo abismo sem fim mergulhei trazendo sempre do fundo o que havia de melhor em mim.

Sinto falta do cheiro de terra nova e da sensação de ter todos os ancestrais à minha volta sorrindo e entoando os cantos de uma Natureza sagrada.Sinto falta das flores, não de vê-las, estão por toda parte, mas de ser parte delas e de sentí-las como parte de mim.Sinto falta de ser uma árvore e de correr pelo mundo como um felino brincalhão.Sinto falta da paz, e harmonia se tornou uma palavra tão distante quanto me foi natural um dia.Sinto falta do equilíbrio.Sinto falta de mim, da umidez do ar, das minhas folhas verdes, da minha alma.Mas, mais que tudo, mais que de mim, sinto falta do Capão, como se me faltasse o fôlego.

Tenho vivido de excessos, não nego.Da felicidade ao sofrimento, incluindo álcool e cigarros, tudo tem sido excessivo.Talvez porque o excesso tenha um quê de preenchimento que eu tenha tornado necessário à medida que a memória e o efeito das montanhas diamantinas se foram desgastando.De excessivo nesses dias o que assumi foram a apatia e a incompletude.Sobre o amor, eu já nem comento, sabe-se que, se dele não morrer, nada mais me matará.Na verdade, comentarei sim, um pouco à frente, em seu devido lugar e tempo.

A maior parte do tempo, sinto como se não estivesse em mim, como se estivesse inconscientemente empurrando a vida com a barriga.Deixo que os dias passem por mim sem me afetarem, como se em nada pudessem me acrescentar.Deixo, não, FAÇO com que eles passem por mim da forma mais rápida e indolor possível, já que se alguma folha das que me restaram balançar agora, tenho a sensação de que cairei inteira.Corram, dias, corram.


Finalmente, de amor.
Vejo aquele castanho frio todas as noites quando o cansaço me toma e preciso dormir; quanto a isso, passo os dias num misto de desejo e medo, torcendo para que a noite chegue e rezando para que não venha, porque aqueles olhos são a minha única forma de vida e são a minha morte.Apego-me a todo e qualquer sinal de que haja ainda nele qualquer forma de pensar em mim e disso depende a minha vida.Tenho por ele alguma forma de carinho que ultrapassa a mágoa e a morte.Aprendi com ele a diferença entre a divindade do amor e as bobagens de paixão e desejo.E nem dessas banalidades de querer chego perto por outro alguém, estou no fundo daquele meu poço de líquido vermelho e borbulhante esperando qualquer coisa que me traga de volta à superfície.Lembro ainda dos cheiros que têm todos os cantos do seu corpo, do gosto e da textura deles.Lembro de cada cravo que espremi e dos que deixei lá e que talvez ainda me esperem, lembro de cada curva muscular, de cada expressão facial, de cada tom de voz, de todas as formas de riso, de quando não sabe o que fazer ou dizer, do brilho de paixão nos olhos, dos sussurros, do 'eu não quero deixar você ir', do tom da pele.Penso nele até o limite da loucura, se não já o ultrapassei sem perceber.E esses pensamentos me tomam com uma ternura da qual eu jamais imaginei que fosse capaz.E se, ao menos, ele soubesse o que eu sei sobre nós...Mas ele não sabe.Ele não viu o Farol da Barra às onze da manhã, não olhou pra baixo na Cachoeira da Fumaça, ele não viu a orla de Petrolina depois de virar a noite vivendo de amor, ele não viu o que eu vi em seus olhos nem ouviu o tremor da sua voz.Ele já viu muitas coisas e lugares e muitas das coisas e lugares mais importantes que vi, foi ele que me mostrou, mas pra ele passou batido, por isso até hoje ele não sabe.Um dia, talvez, no lugar mais idiota, ele perceba, mas quanto tempo será que isso vai tomar?Até lá, ele não vai entender nada do que eu diga, por isso eu não vou dizer até o limite do suportável.E quando eu explodir num "DIABOS, EU TE AMO!", que ele 'me perdoe, eu não sei o que faço', eu não aguentei.

Je t'aime tellement, pardon, je ne peux pas plus.Pardon, pardon...

"-Por que traiu seu próprio coração, Catherine?Você me amava.Então, que direito tinha de abandonar-me?A pobre fantasia que sentiu por Linton.Nada que Deus ou Satã nos impusessem, iria nos separar.Você, por vontade própria fez isso.Não parti seu coração, Cathy.Você o traiu e partindo-o, partiu o meu.
-Se assim fiz...estou morrendo por isso.Você também me deixou.Mas eu o perdôo.Perdoe-me.
[...]
-Sim, eu perdôo o que você fez comigo.Vou adorar minha morte, mas a sua...como poderei?"
Em O Morro dos Ventos Uivantes(filme).

terça-feira, 19 de maio de 2009

do coração.

eu só tenho andado muito cansada, se é que você me entende.
eu só tenho andado arrastando a bigorna que pulsa no meu peito.
eu só quero dormir e não sonhar.
eu só quero ter paciência, e logo eu, que sempre fui tão paciente.
eu só quero ter um pouco de paciência, comigo e com o mundo.

mas
eu só tenho andado muito cansada.
eu só tenho andado muito.
eu só tenho andado.
eu só tenho
eu só
eu.

eu tenho andado só.

domingo, 17 de maio de 2009

Everything about Betty Boop.

"-Pela primeira vez, eu te vi como mulher.
-E que mulherão!"

Vestido, maquiagem, salto alto, enfim, são as coisas nas quais os homens nunca reparam.Nunca reparam, ouviram bem?Não reparam ao ponto de uma mulher ser um ser assexuado sem eles.Não é uma questão de alternativismo, de querer mostrar o que sou, de querer ir contra o sistema, não, não é nada disso.É só que tem tanta, TANTA, coisa que está além disso que pessoas como eu acabam mandando o consenso procurar a sua turma e se perdem de tal ponto em si mesmas que tudo isso é jogado para segundo plano, assim como acontece às funções naturais, progressivamente durante o processo civilizatório(por favor, alguém me salve da Antropologia).Parece que está todo mundo, o tempo todo, tentando tanto negar o modismo que negá-lo virou modinha.Mas isso não tem nada a ver com o que eu queria falar, tem sido difícil manter a linha de raciocínio sem esforço, há uma sobrecarga tão grande de informações em mim que para escrever essa última frase, tive que apagar umas dez palavras pois elas não tinham nada com o que eu estava tentando dizer.Enfim, isso não importa agora.Tá, eu nem sei mesmo o que importa agora, mas provavelmente não é isso.Eu não vou entrar no quesito máscaras mais uma vez, eu já bati isso tanto em mim, durante tantos anos, que tudo o que eu diga me soará repetitivo e óbvio.Talvez não, mas o dia já raiou e ainda tem álcool no meu sangue(e muito!).

Eu juro que ia continuar o texto, mas precisei sair para pegar uma copo d'água e acabei me envolvendo numas conversas perigosas, enfim, fim de texto.Sem conteúdo, sem finalização, sem.Gostaria de, entre pensamentos, conservar algo em mim, mas nada fica.Tudo corre como uma boiada pisoteando o que está entre mim e o mundo.Enfim, nada deixa de ser, de qualquer forma.

Eu não sei mais do que estou falando.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eu já não sou tão livre assim.

Tenho arrastado os dias na inconstância de momentos que oscilam da dor mais profunda à indiferença mais desdenhosa.De constante fica só a impaciência e a sensação de "o que é mesmo que se passa?", estou entupida, até a boca, de insetos interiores.Me arrependo antecipadamente de todos os dias desejar que as horas passem o mais rápido possível para que chegue logo o tempo de alguma coisa que não seja o que é agora.Tenho fome de futuro, de um futuro que nem sei o que desejo que seja, só desejo que chegue, logo, e que seja futuro.A verdade mais pura é que me perdi de mim, já não sei onde ir, o que fazer, com quem andar e -olha que pouco usual!tsc, tsc. - já não sei quem sou.Mais verdade ainda que a verdade mais pura, não tenho a mínima força pra procurar-me mais uma vez, eu, se quiser, que volte pra mim, vou ficar exatamente aqui, sendo arrastada pela correnteza do São Francisco, ao menos até recuperar o fôlego.O que martelou a manhã inteira na minha cabeça foi "como foi que me tornei tão quadrada?".Daí me vem toda uma discussão sobre papéis, atores e essa eterna palhaçada de convivência e o meu raciocínio simplesmente sobrecarrega a ponto de não mais sair do lugar, de nem conseguir juntar as palavras para formar uma espécie de comunicação qualquer; curto-circuito.A questão é que se a alma interior, assim como a exterior, é construída, talvez ela nem exista de fato, talvez seja tudo alma exterior e a idéia da existência de uma alma interior faça parte dos artefatos que formam a própria alma(exterior).Apesar de formular esse raciocínio, estou num redemoinho tão grande de flacidez e inércia mentais que mal consigo pensá-lo profundamente.é como se todos os pensamentos boiassem sobre as minhas águas e nada os trouxesse abaixo, ao fundo, é como se nada atingisse o consciente, que agora permanece sólido, impermeável e não-maleável.E eu me tornei a própria exaustão física, mental e, principalmente, emocional.De tal modo que, se dormisse durante três dias inteiros, acordaria ainda cansada e com sono.Talvez não pensar por um tempo seja uma boa forma de começar(e de matar o tempo enquanto o futuro não chega), por isso aluguei a primeira temporada de Friend's.Nunca, em toda a minha vida, que não foi tão longa assim, apesar de eu parecer uma velha falando, estive tão inerte.Mas hoje, só hoje, talvez amanhã e por mais uma semana, me permito permanecer, sem crescer ou regredir, simplesmente ficar, barco sem porto, sem rumo, sem mapa.Barco que nem ao menos se sabe barco.



(não reli o texto, então ignorem os erros, as frases mal formuladas, etc...)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Insônia eterna de uma mente cheia de lembranças.

Não sei o que me faz rolar de um lado a outro da cama sem tirar do travesseiro aquele "eu te amo" vazado.Não é só a retribuição do amor ou a amadurecência daquela velha dor incólume.Não é a noite, agora fria não pela ausência, mas pelo ar de desistência que entra pela janela, nem a cama amontoada da tralha, único amparo, minha única amiga das madrugadas difíceis(e quais não o são?).Talvez seja a iminente falência do sistema de sobrevivência que criei: transferência.Um misto de felicidade e cansaço, esperança e resignação.Afinal, que merda é essa de "eu te amo" no meio da noite?Que merda é essa de "eu te amo"?O que me faz rolar na cama talvez seja o fedor da merda com a qual pintei-me para enganar os sentidos colocando nos vazios dos lados do meu corpo um vazio ainda maior, mas que, de quente, parecia encher o tempo e a cabeça.Nada!Tudo faz parte dessa eterna procura por paliativos, mas viver de paliativos não satisfaz mais.Então por que não gritar?Expandir, surtar, por que não?Como ficar aqui, esperando vidas e vidas, pacientemente inativa e imóvel?Esperarei, isso é um fato.Mas me permita sair de mim e transitar entre o que é meu e o mundo, me permita atravessar o espelho para encontrar o meu benzinho no nosso lugar secreto de vez em quando e que lá, ao menos, ele me beije sem pudor e sem razão tantas vezes quantas aguentar a minha boca.Espero, lá no espelho.


Meet me in Montauk, sunshine, meet me in Montauk.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

'no fundo falso do poço do outro lado do espelho'

O que ficava era o resto, o pouco, o não-tocar, sentir ou expôr.O que ficava era o tempo, parado, repetindo a mesma cena uma infinidade de vezes, sem propósito, sem fim.O que ficava do pensamento era o amor, a putaria, o frio na barriga; o que ficava do pensamento era o espaço.Deuses renovando-se milhares de vezes, repetindo-se, recriando-se na impossibilidade de inexistência, nada antes ou depois, a impossibilidade de locomoção.O que fica além deles?Há além?Há além do infinito para ir?Sem começo, sem fim, houve e sempre haverá, e quando nada: nada.Fica o resto.Fiquei: o resto.

domingo, 26 de abril de 2009

Wherever I go.

'A:O que tem nesse cristal?
B:Uma porção de lembranças.
A:Isso significa que se eu quebrar você fica sem memória? :B
B:Não, nem, se fosse assim, eu mesma já o teria quebrado.
A:E por que você continua usando?
B:Porque, por mais que eu tente, eu não consigo tirar.
A:Talvez não seja conseguir, talvez você não queira esquecer.
B:É, talvez eu não queira.'

Sonhaturas.

Eu tenho sonhado com ele em todos os sonos.
Pode ser a dormida noturna ou um cochilo à tarde.
É sempre com aqueles malditos olhos castanhos que eu sonho.
E eles sempre estão doces.
Ah, se eu não acordasse.
Ah, se, ao menos, eu não acordasse.

sábado, 25 de abril de 2009

Verdades, enfim.

No cansaço de parecer sempre forte, sempre alegre, sempre 'muito bem, obrigada', a rendição.Pontos entregues, hoje, só hoje, por favor, me deixa quieta.'Eu não vou ficar fodida de novo pelo mesmo motivo' é o cacete, a vida é um ciclo, não é?Porque se toca uma música qualquer, mesmo que inédita, um tango, 'amado mio, love me forever', os olhos enchem de lágrimas estúpidas enquanto a platéia aplaude a grande apresentação diária do palhaço que chora nas entocas, coberto de suas lantejolas e tintas guache.Armas e escudos e sorrisos e piadas e força e tudo que uso apenas fora do meu quarto no chão, eu estou mesmo é mais fodida que puta em fim de noite.É desejar todas as noites, no escuro do quarto, pra que essa dor mate de uma só fisgada, que a manhã seguinte seja apenas um borrão de esquecimento e vazio.Não que as manhãs seguintes não sejam todas borrões de esquecimento e vazio, mas elas estão sempre tão cobertas de lembranças que o esquecimento enche o vazio de dores.E acordar dói, todos os dias.Mas ainda assim, eu insisto em fazê-lo, acordo ao som do despertador, enrolo de dor uns quarenta minutos na cama, acordo, lavo o rosto, tomo banho, visto uma roupa qualquer, como, escovo os dentes, vou para a faculdade, finjo estar na sala de aula, finjo conversar, finjo fazer piadas, finjo me divertir, finjo, finjo, finjo.'Tá tudo bem, tá tudo bem.'E eu volto pra casa, mais cedo ou mais tarde, eu volto pra casa, e quando abro a porta do quarto, a maquiagem toda some, e assumo, admito, aceito a minha dor que é só minha, que só eu sei que dói.E eu repito aquele nome que eu passo o dia evitando dizer pra não gastar com bobagens e sobrar mais pra a noite.Aquele nome sagrado que, na cama vazia, é a minha única companhia.Aquele, você sabe qual, de todo sim e todo não, o único que me toma como lava quando o digo.E quando alguma voz fora de mim e do meu quarto o diz, levo um susto, como se a consciência da existência substancial de alguém que se chame daquela forma abalasse cada célula do meu corpo.Hoje, por sinal, expus muito disso à criatura dotada desse nome que não ouso mais dizer aqui, e talvez por isso, por uma noite, eu fui real, eu ri o riso dos desesperados, que riem até doer os cantos do corpo.Essa noite eu existi enquanto ser humano e pensante, como ser em movimento, essa noite, fora de meu quarto, entre pessoas queridas, eu fui.Mesmo sem saber o que significa ser.


'Eu acho que a vida anda passando a mão em mim.A vida anda passando a mão em mim.A vida anda passando.'

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Previsão.

Então não era assim que prevíamos que acabaria?Muito mal.
'Nós vamos acabar nos odiando'.
Eu, idiota que sou, não consigo, apesar de tudo, te odiar.

Você, aí no seu mundo repleto de novas pessoas mais interessantes e atraentes que eu, nem suporta mais o pensamento de uns momentos ao meu lado.

Nós estávamos certos quando prevíamos que acabaria mal.
Mas era melhor que nos odiássemos, o ódio, ao menos, é o limiar do amor.

E o que sobrou de nós?Uma garrafa vazia de vodka no chão do quarto, umas carteiras vazias de cigarros, umas fotos, uns colares(sabe deus onde vc largou o seu), umas promessas espalhadas pelo meu corpo, calda de chocolate, cuscuz seco, cartas nunca entregues, ligações nunca feitas, todas as vezes que calculamos o tempo do ônibus para nos vermos.Sobrou um monte de coisa, mas só em mim; você está aí feliz com os seus vinís e os seus amores que não me incluem.E eu era a mulher da sua vida, lembra?

Perda.

só é difícil de noite.
só de noite.



é quando a cama é grande demais e nem os cobertores, nem os milhares de travesseiros esquentam o que ficou da sua ausência.
só é difícil de noite.
e é tão difícil de noite.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

ainda assim, um ano.(?)

'* Que ar é esse que eu respiro, que não é teu também?
* Que roupa é essa, que não fui eu quem escolheu?
* Que silêncio é esse, que não é cessado pela tua voz?
* Que espaço é esse na minha cama, junto com aqueles cobertores emaranhados?
* Que sorriso é esse, que, no momento, só posso ver através dessa foto?
* Quem sou eu, se não estou com você?
* Diacho.'

Beeshop.

'é que hoje eu me lembrei que era mais um dia pra viver sem você e já que era pra ser assim, melhor não acordar e não ter do que lembrar.'


Eu não vou ligar, mas eu queria tanto saber como foi o seu dia...
Porque eu estou aqui, morrendo, e você nem deve lembrar que eu existi.

'aquele casal que nós fomos, seremos para sempre.'

Vinte de abril de dois mil e nove.

'Hoje o meu amor partiu e nada vai, nada vai mudar isso.'
Hoje, digno um ano de namoro, aquele que a gente festejaria por um semana inteira de álcool e amor louco, será, para mim, só mais um dia, numa porção de dias que se seguem inabaláveis.Vou ao cinema, me convencer de que a tristeza não mata a gente, que é preciso redescobrir o nosso amor próprio.Mas hoje, só hoje, eu não vou me importar com amor próprio.Só hoje eu vou sentar e chorar até desidratar, até colocar toda a saudade e o amor para fora.Porque eu sei que você vai lembrar que hoje a gente faria um ano - você não esqueceria -, mas que não vai se importar e que a falta não vai doer em você.Então eu vou ficar aqui, navio sem porto, sonhando com os momentos que passei em sua cama entre sorrisos e beijos de amor eterno.Hoje eu vou rezar pra conseguir não ligar pra você e na falta do Lexotan, me entupir de Dramin pra dormir.E nas minhas preces, depois de suplicar para sobreviver e reaprender a viver sem você, eu vou pedir que você seja feliz, mais feliz até do que eu conseguirei ser, eu vou rezar pra você encontrar a pessoa perfeita pra você, porque, apesar de tudo e de não tê-la, eu encontrei a minha.



Engraçado, eu vou ao cinema mais tarde, e foi no fim de uma sessão de cinema que nós viramos, depois de dois anos estranhos, namorados - os namorados mais apaixonados do mundo; o casal mais bonito da cidade; Raio de Sol e Abelha Rainha.

domingo, 19 de abril de 2009

I'm still a rockstar, darling.

I will survive, so what?
E o meu corpo balançava, rebolava, requebrava.E o meu sorriso estava lá, como há muito não esteve.Estava pleno e feliz de estar onde estava- inteiro no meu rosto.Uma dúzia de pessoas queridas, desejos antigos, piadas novas, conversas velhas, uma dúzia dessas pessoas e lugares aos quais pertenço, todos reunidos sob as luzes coloridas e a música de felicidade alta.A sensação de não pertencer a ninguém que não eu mesma, de não querer satisfazer ninguém que não a minha mente, de não precisar mais de alguém que não estava lá é, no mínimo, satisfatória.Há ainda diversão, e muita!E o cheiro que sinto nesse apartamento agora é o de quando bastavam-me a vida e a cidade como amantes.

sábado, 18 de abril de 2009

I'm nobody, are you nobody too?

Sou toda um poço borbulhante daquela lava assustadora e intensa de paixão.Conheço cheiros que ninguém jamais sentiu e palavras que ninguém pronunciou.Tenho um coração que se entrega como bigorna gigantesca sobre o peito de quem o possui.Tenho um laboratório repleto de venenos mentais aos quais bebo e ofereço como bebida sagrada.Sou um emaranhado de cachos incertos, cacos inúteis, caos dançante, cás e lás que nunca são, às de copas esquecidos na manga à espera da explosão que acontece todos os dias quando ponho os pés fora de mim.


P.S.:Show de Cascadura ontem, muito bom, quero de novo. 'O sol já iluminou o dia, venha ver o que ele faz.'

Sugestão musical: Wendy; Cascadura.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

deixar a página virar.

já tá na hora de você também me perder, meu bem.

Ladainha mórbida 2.

Abrir a porta desse apartamento vazio foi como abrir um baú de lembranças há muito esquecidas.Na cozinha ainda está o cheiro daqueles telefonemas regados a um amor borbulhante e adolescente.A casa inteira está coberta da sua imagem, das minhas ilusões de beijos ardentes e incansáveis no sofá.Tem migalhas de pão do seu amor escondidas embaixo dos tapetes que aqui não participam da cena.Tem flashs do meu sorriso de felicidade plena e suspirante nas paredes.Tem o cheiro do nosso amor esse apartamento.Cada pedaço dele, do amor, está aqui.Foi onde ele se guardou, se escondeu, e só eu o encontro agora.Tem você deitado na cama ao meu lado, onde você jamais esteve que não em meus pensamentos diários.Tem meu coração batendo forte na expectativa da ligação que eu faria dalí a quinze minutos.Tem meu coração na boca quando você, de repente, dava um jeito de me ligar pra dizer que não aguentava mais de saudade.Mas o pior, o pior mesmo é o cheiro.Está em tudo.Talvez porque nos dias de chuva, como hoje, era quando o amor parecia uma flor imensa de lava saciando meu peito do alimento que você me dava.Eu estou aqui, coberta do seu amor mais uma vez, provavelmente pela última, já que ele se foi.E eu preferia não mais sentir o cheiro desse monstro que veio, me tomou como se toma a uma vadia e foi embora como chegou, de supetão, cuspindo em tudo, arrombando minhas portas, xingando meu peito e me deixando como me encontrou; sem luz.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ladainha mórbida.

'quem olha assim não parece fácil acreditar que ontem eu tive lá e você me olhou tão diferente, tão discrente de emoção.'

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ironias do destino.

Essa noite eu fui dormir sorrindo.Não pelo que me aconteceu durante o dia nem pelo álcool.Não, nada disso.Eu fui dormir sorrindo porque pouco antes de me deitar ele finalmente me disse aquelas palavras. 'eu não sei mais o que eu sinto por você'.Doeu, verdade.Mas não tanto quanto eu pensei que doeria.De lembrar, ainda agora, sorrio.Não da pateticidade disso tudo, quer dizer, não só disso, mas do peso que essa dor tirou de meus ombros.Pelos céus, depois de tanto esperar ele me deu a permissão para desistir!!Por isso estou tão feliz, também pelo amor que sinto e agora aceito que seja unilateral.Todo dia de chuva me fará lembrar de como foi estar protegida em seus braços eternamente por uns minutos, e, às vezes, eu vou até querer estar lá de novo.Mas no passado, não mais no futuro.Acho que eu não o quero mais no meu futuro.Acho que me livrei de você.Finally.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Putice.

'Vens e tomas meu corpo, minha pele, minha alma, exproprias meus sonhos, me bates na cara, me fazes louca, pouca, santa, besta, tonta. devastas minhas aldeias, derrubas minhas muralhas, caçoas de meus exércitos, incendeias minhas casas, me envergonhas, me fazes bela, donzela, fera, megera, cadela. me cospes no rosto, me trazes desgostos, me lanhas o dorso, me tiras os méritos, me vestes mortalhas, me embaralhas, me fazes alada, rasgada, amada, amarga, molhada. E tudo o que quero é que voltes, logo. '
'Não sei se tu sabes que quando ajeitas teu caminho pra encostar no meu, eu decolo rumo ao sabe-se-onde, que quando me enxergas o dia palpita e a noite se enche de presságios e sonhos. Não deves saber do rebuliço que és capaz de fazer com um toque de dedos, um timbre de voz, um gesto casual. Nada de ti me escapa, tudo tem uma significação e um porquê, tudo são só pontas de icebergs porque sou uma arqueóloga das tuas intenções e vontades. Releio mil vezes as três linhas que escreveste. Relembro milhares cada frase, cada resposta, cada pergunta. Os teus silêncios são eloqüentes explicações. Tudo de ti tem, de alguma forma, eco em minha vida.'

Patrícia Antoniete Ferreira.

Essa mulher simplesmente acaba comigo.

domingo, 12 de abril de 2009

Dois anos do Forró do Vinho.

E assim tudo acontece, como na primeira vez, rápido, intenso e mal-acabado.
E um dos dois fica sempre se sentindo escroto, eu também me senti dois anos atrás, baby.
Assim como você troca seu piercing agora, um dia eu troco o meu também, meu lindo.
Um dia eu vou ter que parar de querer seu corpo junto ao meu, de querer ouvir um 'eu te amo' ainda que mentiroso, de querer que a bebida ou qualquer coisa me mate.
Não se preocupe, sweetheart, quem não tem mais nada, não perde nada em se perder.
E fique tranquilo, eu vou vivendo a minha vida assim, meio quebrada, meio sem chão, meio na porra louca, sem amor, sem alegria, mas é só por enquanto.
Você quer que eu te esqueça, e como ainda é de costume, eu vou te obedecer, a qualquer custo.
Só que eu ainda tremo quando você aparece, eu ainda sinto meu coração na boca quando você me toca, eu ainda perco o chão quando você me beija de supetão.
Eu só queria ficar alí mais cinco minutos, no lugar ao qual pertenço, en mi casa, e não entendi porque pra você era tão difícil, agora eu vejo que eu não sou mais o seu lar, su casa.
E perceber isso dói muito mais do que todas as outras coisas.Logo você que disse que nunca ia conseguir resistir, que nunca ia conseguir me dizer adeus.
Tudo isso deve lhe parecer muito triste e patético, eu sei.
Mas eu sei que você também faz amor comigo e isso já é motivo pra acordar feliz, mesmo que nunca mais aconteça, mesmo que nunca mais nada.
Tem coisas nessa vida pelas quais vale a pena viver e morrer só pra tocar uma vez.
É assim o amor.


Foram três anos, desculpa, mas não dá esquecer isso assim.Eu não consigo simplesmente tirar esse colar do pescoço e fingir que você não está comigo.Eu sinto muito ter-me entregue tanto, eu sei que você não pode suportar.Eu gostaria de tomar-me volta, mas no ponto em que me encontro, eu tatuaria meu corpo inteiro de pin-ups também.Eu preciso perdir perdão por te amar, por querer tanto e tantas vezes que você queira a mim e só a mim.Por morrer de te imaginar em outros braços, outras mãos, em outros amores.Eu preciso que você me perdoe por ainda querer ser sua e só sua, como tantas vezes fui enquanto você me quis.Perdoname.


'A tristeza está lá fora/como uma garoa fina e alvoroçada/Eu não quero que ela entre.../bastam-me os relógios/mas minha janela está quebrada.' [Aion Perrone]

quinta-feira, 9 de abril de 2009

'E o Pierrot apaixonado chora pelo amor da Colombina/ E na esquina se mata a beber pra esquecer, pra esquecer/ E o Pierrot só queria amar /E dar um basta a esta dor já sem fim/ Mas Colombina trocou seu amor por Arlequim /E o Pierrot, chora! '

Na verdade, foi pela putaria, mas beleza.

domingo, 5 de abril de 2009

Palpite; Vanessa Rangel.

'Tô com saudades de você, debaixo do meu cobertor/De te arrancar suspiros, fazer amor[...]
Tô com saudades de você, do nosso banho de chuva/Do calor da minha pele, da língua tua/Tô com saudades de você, censurando o meu vestido/Das juras de amor ao pé do ouvido/Truque do desejo/Guardo na boca, o gosto do beijo'

Como você ousa dizer que tá tudo meio sem graça se você ainda treme só de pensar nos meus beijos, se você passa tantas horas pensando em mim e desejando que nossos corpos estivessem juntos?Como você ousa dizer que está tudo meio gasto se quando está comigo, seus olhos parecem duas estrelas brincalhonas, se o seu sorriso ao meu lado brilha em tons de azul, vermelho e flicts?Como assim 'não mais' se eu sei que você me ama tanto que pode conquistar o mundo inteiro se estiver comigo?Você vai esperar me perder pra descobrir que me quer burguesinha, mimadinha, irritante e insegura?Eu sinto ter que te dizer isso, mas você me quer, darling.E eu te quero também, então larga de ser bicha louca e se entrega de uma vez. u.u

sábado, 4 de abril de 2009

Merd!Merd!Merd!

Declaro encerrada a temporada de caça ao ex-namorado.


Think we needda talk.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

sexta é dia de porre.

Cara, por favor, me deixa fora disso.
Me deixa fora de mim, só hoje.
Pelo que há de sagrado, me faça esquecer, com álcool, drogas, video game ou beijos na boca, simplesmente me faça esquecer.
Mesmo que seja só por uma noite.
Me deixe esquecer que existe alguma coisa dentro de mim.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Back to black.

3 anos atrás, no msn.
'-qual é a forma mais bonita de dizer eu te amo pra você?
-não sei, provavelmente um meio com raiva, com um xingamento, alguma coisa assim.'

Sábado, 21/03/09.
'-casa comigo?
-caso, mas só se você prometer me dar cinco filhos.
-eu prometo.'

Sábado, 21/03/09, horas mais tarde.
'-com você eu sinto que se o mundo todo desabar, a gente vai sobreviver.com você eu me sinto completo.[...]eu te amo, porra.'

Domingo, 29/03/09.
'eu vou sempre voltar para os seus braços, até quando você não me quiser mais.'

Domingo, 29/03/09, mais tarde.
'é que tá tudo gasto e sem graça.'

Quarta-feira, 01/04/09(pra que data melhor?).
'-quero
-tá bom, fica bem e seja feliz.
-você também'

Quinta-feira, 02/04/09.
You'll go back to your fucking friends and I'll go back to us.'I love you much, it's not enough, you love blow and i love puff.'

temporada de caça.

'e não adianta nem me procurar em outros timbres, outros risos, eu estava aqui o tempo todo, só você não viu.'

Pra começar, se eu fosse você, eu deixaria de vir aqui, Raio de Sol, eu acabo de declarar aberta a temporada de caça aos ex-namorados.

Eu só quero saber como é que você vai fazer pra se apaixonar por outra pessoa.Por que eu não faço idéia de como fazê-lo, embora seja o que eu mais quero agora.



Uma bela piada essa nossa história, viu?
Só se sente completo comigo, vai sempre voltar pros meus braços, casa comigo se eu prometer ter cinco filhos contigo.Me enganou direitinho, um 1º de abril de três anos inteiros.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Como uma faca cortando as entradas.

Colbie Caillat tomando o quarto inteiro, um amigo dormindo decadente na cama, a carteira de cigarros pretos e um isqueiro branco na bolsa em cima da cama, uma bola rosa, um cortador de unhas e um celular em cima da mesa, 21:20h, a minha cara molhada de lágrimas que sabe deus de onde vêm.E aquela maldita música começa a tocar, pela segunda vez hoje.'no i can't spell it out for you, if you just realize what i just realized, that we'd be perfect for each other and we'll never find another'.Pelos céus, por que eu insisto nisso?Por que eu não consigo simplesmente querer aquele que me quer, que me sorri, que me põe entre os braços e nina?Por que não quero aquele que se preocupa com como eu passei a noite e com como vai a minha febre?Por que, ao fechar os olhos, só uma pessoa me passa na cabeça?Por que tudo perde o sentido de ser e eu só tenho vontade de esquecer tudo por uns dias, dopada ou o que quer que seja, se ele não vê graça em mim?Se os meus beijos já não o fazem o homem mais feliz do mundo, que outra missão tenho eu no mundo?E eu o imagino em outros braços, perdendo a cabeça de tesão por outra pessoa, tremendo de nervoso, sorrindo de uma ponta a outra ao acordar e ver outro rosto ao lado, tendo filhos com outra mulher, vivendo com outra pessoa, todos os dias, todos os pensamentos, tudo de tudo, eu o imagino amando um outro alguém, como talvez ele me imagine, e pode ser doentio, que seja, morrer deve ser menos doloroso do que visualizar essa imagem.Eu só não consigo desistir dele, é como se estivesse tão entranhado na minha vida que eu não consigo respirar se desisto.E eu tenho tentado, juro.


Mas tudo em mim é amor.Até a minha raiva, o meu ódio, a minha mágoa, é tudo amor.É tudo perdão, é tudo dele.


Você vai me destruir; Vanessa da Mata.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Desistência.

eu fiz tudo o que estava ao meu alcance.
enfia as suas novidades diárias e a sua graça todas no cú.


eu não mexo mais um dedo.(pelo menos não até amanhã de manhã)

sábado, 28 de março de 2009

Aula de Ciência e Sociedade.

como explicar o amor a alguém que nunca ouviu definição alguma dele?


convenção social ou não, tiago, existe uma coisa que faz o nosso coração bater mais forte e o nosso corpo inteiro desejar uma só pessoa.é como se cada célula do nosso mundo estivesse eternamente à beira do acontecer e só acontecesse ao ver a tal pessoa que nos desperta todas aquelas sensações estranhas ao cotidiano.estranhas e infinitamente desejáveis.amar é sentir-se preso a alguém por um fio de prata que, quanto mais preso te deixa, mais livre te faz.te faz sublime, profundo e divino.sim, divino, afrodite encorporada em corpo de homem ou mulher imperfeitos.afrodite encorporada em homem E mulher imperfeitos, de modo que o mundo só se curva aos caprichos da deusa amor se as duas partes estiverem juntas e próximas, próximas no limite da impossibilidade de ocuparem o mesmo espaço.tão juntas que doem as articulações de uma dor plena e satisfatória.amar é, no absurdo de estar numa mesa de bar, estar em lugar algum que não a pessoa amada.amar, senhor marciano, é ter a impossibilidade como massa de modelar.é ser primavera no inverno e em todas as estações.é sentir o mundo como mera distração para o algo maior do amor.é parar o tempo e dobrar o espaço, e saber que, em se tendo amor de volta, tem-se tudo e não se tendo, tem-se quase tudo.amar é ser a criatura mais sortuda do mundo.amar é querer bem de alguém acima do seu próprio, é estar em cacos e levantar para dar a mão a alguém que muitas vezes lhe virou as costas, é ouvir reclamações e ver defeitos insuportáveis e, ainda assim, achá-los doces.é acordar sorrindo pra fazer a vitamina de banana, é fazer a comida mais gostosa, vestir a roupa mais bonita, usar o perfume mais caro num dia comum, só 'pra você não esquecer que eu te amo'.é ficar desesperado na ausência e preocupado na doença, é perder o sono ou dormir demais por uma briga.é passar horas olhando a mesma foto e sorrindo com seu sorriso mais bonito.eu repetir baixinho o nome dele(a) quando a saudade aperta.é, no meio daquela risada mais divertida, querer que ele(a) estivesse alí pra ver aquilo.é, depois de tempos juntos, descobrir que ele(a) ainda te encanta como no começo.é saber que o sentimento é atemporal.é ser impuro e casto, certo e errado, água e sal.é saber que ninguém mais sabe como você se sente.amar é ser tudo e nada, início, fim e meio.

domingo, 22 de março de 2009

Porque é provável que você leia.

Estou aqui batalhando com um teclado duro feito pau de tarado pra dizer um monte de coisa que se eu não disser agora, talvez nunca mais saiam do meu estômago.Pra começar, eu te amo.Ora, grande novidade, não?Ontem, depois de uns cuba libres você me disse muitas coisas e, infelizmente, grande parte delas eu não consegui recuperar, mas elas tocaram tão fundo no meu peito que é como se uma nova parte do meu corpo tivesse se instalado, assim como como aquele orgão vital que entrou em funcionamento quando nos apaixonamos.Fazia tempo, meu bem, muito tempo, que eu não dormia sorrindo como dormi ontem.Eu não vou dizer pra você que eu não tenho medo, porque eu tenho e muito.Eu tenho medo de tudo, de ganhar, de perder, de não ganhar nem perder, de ser, às vezes, eu tenho medo até de respirar e descobrir que o ar não está vindo.Mas coisas como ouvir aquele 'pode ter certeza que eu sou seu' de ontem, me fazem sentir que o medo é que devia ter medo de mim.Bem 'O Círculo': 'ao seu lado sou forte sem ser(sou sua mulher)'.Eu não sei se você sente assim também, mas a sensação de estar de volta ao lugar ao qual eu pertenço me tomou numa dimensão tão absurda que eu precisei chorar.Agora eu entendo o que nunca entendi muito bem antes: como a sensação de voltar pra casa é incrível.Eu sempre me perguntei porque Carol achava Salvador o inferno e queria tanto voltar pra Alagoinhas, afinal, Salvador é um paraíso!Agora eu sei que outros lugares podem ser mais legais e mais bonitos, mas lugar nenhum substitui aquilo que a gente acaba chamando de lar.É engraçado ouvir você falando de nós, de como você se sente comigo, porque, muitas vezes, parece que sou eu que estou falando e, de repente, eu me perco nos sues olhos e já não faço idéia de quem de nós dois não pára de falar; é como ser um só em sua plenitude.Estar com você essas horas foi como tocar o céu e beber uma núvem.Eu estou voltando para Petrolina e lá não é o inferno(apesar de ser tão quente quanto), mas eu vou voltar pra casa, mais cedo ou mais tarde.

Você já sabe dos meus segredos mais absurdos, das minhas lágrimas mais quentes, das minhas caras de ódio, amor e frustração, você já sabe do meu tesão, das minhas mãos, do meu corpo, você já sabe de tudo o que é nosso.Eu já sei dos nossos filhos, das nossas brigas, das nossas risadas, das músicas que cantamos e cantaremos, do nosso amor.Já sei do seu corpo também, de todos os seus tons de voz, das sua fugas, da sua felicidade, eu já sei cada dobrinha do seu sorriso e, se eu soubesse desenhar, desenharia cada faísca de luz que conheço nos seus olhos.A gente já sabe de tudo um do outro, meu bem, de cada mania e pensamento, mas, mesmo assim, a gente acaba sempre se surpreendendo com sensações novas e erros novos pra remendar, com uma expressão que a gente nem sabia que existia.É assim, é amor.É, amor.



eu troco, sem pensar duas vezes, mil homens por um só.

terça-feira, 17 de março de 2009

i would like to put my fingers on you.

Não que o mundo inteiro se desprenda ao som de Corinne, não é nem mesmo que eu seja a mesma menininha precisando de colo de uns meses atrás.É só que não saber do olhos dele me deixam com uma dor imensa na boca do estômago.Não é nem que eu seja aquela menina do 'eu topo tudo pra ficar com ele'.Não, eu não sou mais essa menina, mas tem alguma coisa nas minhas têmporas que pulsa toda vez que o perfume dele invade a minha memória, toda vez que alguém me responde como ele o faria ou sempre que ouço uma música.Não é nem que não haja mais razão pra viver, é só que não tem mais sabor.Levar a vida assim no indo sem ir não tem coisa alguma a ver comigo.é que eu sempre fui a intensidade em pessoa e intensificar dessa forma indiferente não faz parte do que eu poderia me tornar.É só que isso de relativo é relativo demais para mim.Tomemos um porre pra matar a ressaca amorosa.Tomemos os olhos de resssaca para afogarmo-nos nos nos mares de alguém que não seja essa perdição iminente.Tomemos mais dois goles e três frascos de veneno, dois cigarros de dor e cheiremos pó de macaco.

tempo.

Estou comendo goiaba na rede.

sexta-feira, 13 de março de 2009

who could love you the way i do?

Talvez, se você fizesse o que eu fiz, você entendesse o que eu quero dizer com somos um pro outro.
É que só o seu corpo se encaixa daquele jeito no meu, só o seu beijo me faz tremer e perder o fôlego daquela forma.
É que, meu bem, eu estive certa o tempo inteiro quando previ que era você, mesmo tendo demorado tanto pra perceber antes.
E hoje, provavelmente só hoje, eu poria minhas mãos no fogo pra dizer que é você, aquela maldita outra parte da minha alma e do meu corpo que algum anjo escroto desgrudou de mim.
Talvez você não faça idéia do que isso significa e talvez faça, mas não se importe.
Mas eu vou te dizer, passassem-se mil anos, mil homens, mil momentos especias e felizes ao lado deles, passe a vida inteira, se um dia eu estiver no altar prestes a juntar a minha vida a de outro alguém, aquele sim vai ser, inevitavelmente, pra você.
Não se encontra um amor desse duas vezes num mesmo milênio.E agora que eu te encontrei, vou ter que esperar um milênio inteiro pra me livrar do seu gosto, do seu toque, de todas as marcas que você deixou e deixa todos os dias na minha pele.
Pode ser que você ache isso uma bobagem e diga que eu vou me apaixonar de novo, ser feliz de novo e todo aquele papo de seguir a vida, e eu posso até concordar com você.
Mas aquele que me foi destinado, eu encontrei.Mesmo que nossos destinos não sejam nossos.
Mesmo com toda a mágoa, mesmo com toda a raiva, com todo o descaso, com a sua maldita indiferença, eu sei que é você.Mesmo com meu coração transformado em poeira.

É isso.
A.R.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carnavalizar.

Metade(ou mais que isso) das pessoas com quem conversei na última semana acham ou têm certeza de que eu sou uma palhaça ou de que eu pirei de vez.É que é muito estranho para mim estar por cima depois de tanto tempo lambendo o chão.Eu finalmente entendo o que encanta tanto na vida de solteiro, é a possibilidade de estar com mil pessoas diferentes e aproveitar ao máximo e sem restrições a companhia delas e, ainda assim, nutrir por alguém um sentimento grande e bonito sem jamais magoar essa pessoa demonstrando seu amor e sem jamais desfazer a imagem incrível que se tem dessa pessoa com as minimidades da vida conjunta e rotineira.Trata-se de apreciar a beleza do amor por si só, verdade que o amor compartilhado tem suas vantagens de momentos intensos e inesquecíveis e que o amor solteiro nunca substituirá isso, mas é genial essa possibilidade.Nessas horas é que eu penso no quanto os deuses são geniais em suas maquinações para o desenvolvimento do ser humano.Aquele partir de corpo me atingiu pouquíssimas vezes nesses últimos dias, o que já considero um avanço imenso.Eu estou feliz, então, eu acho que é assim que acaba, nos perdemos um do outro, uma pena, seríamos felizes juntos.'Ouça, vá viver.'


Dentre muitas coisas que eu gostaria de dizer fica esta: o amor não acabou, mas uma hora na vida a gente precisa aprender que amor só é amor se for divino e tudo o que é divino, é eterno e pleno, não precisa de correnpondência pra ser o que é.Não precisa de nada, precisa apenas ser.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carnaval.

'Hoje a tristeza não é passageira, hoje eu fiquei com febre a tarde inteira.'


Dessa vez parece que é o fim.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Porque eu sei que ele não vai ler.

Engoli alguns "eu te amo" essa noite, engoli na maior classe de menina durona, com os olhos cheios de lágrimas, que eu escondia olhando pros lados.Engoli assim como o monte de coisas ruins que eu fiz questão de deixar pra lá e fingi não ver.Assim como engoli a nenhuma noção que ele tem do que fim pode significar pra alguém como eu.Como um "eu quero" pode queimar por horas na cabeça, como um "tá" pode arrancar um peito fora e pôr em seu lugar uma bola de arame farpado.Não que isso vá fazê-lo pensar no quanto as coisas que faz e diz influem, mas em algum lugar eu preciso despejar as palavras de amor que engoli, não posso digerir, preciso vomitá-las.

Eu te amo, dia e noite, incansavelmente.Eu te amo, na incerteza de alguém que morre na falta de um carinho, de um abraço, no desejo por um beijo.Eu te amo, escancaradamente, alardeando aos quinhentos ventos que nada além disso me abala.Eu te amo, porra, e como eu odeio tudo a minha volta por amar-te mais a cada vento..!Amo, desgraçada que sou, que com toda a negligência que me devota, morro diariamente na esperança de que, um dia, assim, por acaso, você me queira ainda como antes, como naquelas eternidades em que passei em seus braços.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A arte de dormir sem dizer 'eu te amo'.

'-vou deitar.
-vá lá, vou nestante.
-boa noite, melhoras.
-guddi naitchy.'

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dado, dado, dado.

Por que você deixou suas veias fecharem?

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Saudavidades.

Dizem que devo ter perdido uns vinte quilos nessa sua ausência.Sinto sua falta no fundo do meu estômago que se remexe tentando inexistir para não boiar em sofreguidão.Será que você entenderia minhas mãos remexendo-se, nervosas e rubras, rasgando meu peito do pedaço preenchido que você deixou e que se dói inteiro nessa distância, puta barata e bêbada largada no salão de um cabaré decadente?Aquela nossa música, aquela que ainda me faz chorar me contorcendo de amor bobo é sempre a primeira a tocar quando os cds de corinne são tudo na minha lista de execução.'you make me feel i'm alive when everything else is a fake'.Será que você pode sentir meus pensamentos afagarem seus cabelos quando eu entrego-me às suas mãos frenéticas em meus sonhos mais doces?Alguém que não nós dois que leia isso, vai achar que é loucura de uma garotinha dando uma de escritora, mas você acaba de me ligar e ouvir a sua voz renasce em mim um rio de lágrimas quentes que brotam do peito e saem aos gritos por todos os poros, mas que me fazem sentir ainda mais perto de você.Lhe dedico o maior amor do mundo, senhor de minha vida, de minha alma, de meu mundo.Lhe dedico o que de melhor há em mim, não por capricho, mas por missão, como um dom e uma maldição que os deuses me deram quando nasci.Os vinte quilos de infelicidade que não quis, nem poderia, dar-te, perdí-os.Porque o que não é seu, em mim, inexiste.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

sempre.

Sempre não é uma promessa.Não é uma palavra, nem o desejo de continuidade.Sempre é um sentimento.É um estado de espírito.


SEMPRE.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

2009 e suas futuridades.

Há, no poço do meu peito, bem perto das comportas de dor, algum líquido borbulhando freneticamente vinteequatrohoraspordia.Por vezes esse maldito líquido esparrama-se pelo corpo e atinge as tais comportas enchendo-me de uma dor que não é minha, mas que me toma.Noutros momentos torna-se de um azul humilde e plácido que me acalma afagando meus cabelos e segurando meus seios entre as mãos.Verdade seja dita, me deixa agoniada e ansiosa a maior parte do tempo e não tem um borbulhar quente, é quase um borbulhar sólido, se é que dá pra entender.


O reveillon foi bastante trêmulo, mas foi doce também.Nada que bons momentos frente ao mar e a dor de um piercing não solidifiquem.

Eu te amo, R.S.


A.R.