quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Do afogamento.

Existe, em algum lugar no fundo da minha piscina, o poço de todo desespero.Ontem o descobri casualmente quando, depois de um dia de calor infernal, resolvi tomar um banho quase à meia noite.Enquanto a água encobria o meu corpo e eu dava braçadas até perder o fôlego e a força, a piscina inteira se tingia do mesmo desespero mudo e caótico que se instalou em mim e que agora se transforma em quase não querer, em quase paralisia.

Só queria agora aqueles livros infantis de letras verdes que eu lia quando uma história era só uma história.Sinto falta daquela coisa meio vegetal, meio úmida, que lambuzava o meu cabelo quando tudo em mim e no mundo tinha aquela magia infantil que só quem nunca doeu demais consegue ver.Eu queria parar de doer sem estar machucada.

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