domingo, 21 de novembro de 2021

Dos tantos tantos homens

 Estou aqui mais uma vez chorando sofregamente por um desses amores que nunca aconteceram. Dois encontros, mais nada, e o peso de tudo que poderia ter sido fica sobre minhas costas como uma tonelada. Meu coração criança fabrica estórias sempre sem fim diante de todo encantamento. E eu desejo tanto... Cada mínima centelha de mim queima em amores que não vivi, a dor das minhas costas, o rasgo na minha perna, tudo canta o preço de querer o amor em demasia. Fica essa sensação quente arranhando a minha garganta de um canto de amor que não pode ecoar e crava as unhas no meus pulmões e laringe, tentando abrir espaço nos tecidos. É preciso parar essa magia cujos sapatos vermelhos calcei, eu preciso parar a música no meu peito, apagar as luzes do palco, mandar todo mundo embora. Eu estou cansada, quero fechar os olhos, pode ser apenas por uma década.