quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Repostando: "Ousadias de fim de semestre".

Querido professor, lhe trago esta maçã mais como uma oferta de Lilith que como um agrado.A maior parte das coisas que você lerá nas próximas linhas em nada lhe acrescentará, mas ainda assim, elas esperaram o semestre inteiro para sair de mim.Digo-as apenas aqui, covardemente escondida por trás das teclas que impedem que fiquemos os dois ruborizados e fugitivos cara-a-cara(ficaremos, inevitavelmente, mas sem precisar assumir um para o outro, então).Há um tipo de brilho em seus olhos que poucas vezes vi noutros (se é que já vi), é um misto de sagacidade e meninice com mais alguma coisa indefinida que faz com que pareçam desmontar constelações inteiras num breve piscar.São olhos de alma.Não, não olhos 'da alma', olhos DE alma.Tem pessoas que quando nos olham parecem estar absolutamente ocas, como se nada do que viveram houvesse ocupado qualquer espaço em seu olhar, você não.Você tem olhos tão cheios, tão cheios, que a alma inteira parece ter se depositado naquele ponto de luz que eles emitem enquanto você divaga sobre umas boas ironias filosóficas.Há também, sem nenhum respeito, um tanto de erotismo neles.Por que?Onde?Como?Eu não sei de onde vem, mas que há, -pelos céus!- há, e é mais do que o suficiente e o saudável para nós, pobres mortais que o cercamos.
Sem falar no quê de teatralidade, que me diverte e prende, em seus movimentos.E no distanciamento ético que faz com que todos esses meus pensamentos soem meio ridículos e fora de contexto.Além disso tudo, para fazer par com os olhos, o sorriso às vezes o faz parecer um menino travesso que acaba de aprontar uma armadilha e só está esperando que alguém caia nela.Tem as mãos bonitas também, muito, muito brancas, e sandálias de couro(*-*).
Mas, apesar de todos os atributos encantadores acima citados, tem uma coisa que chama ainda mais atenção e eu juro que não vou falar do sotaque(hahaha).É a aura de paixão que o encobre quando se perde em uma linha de raciocínio sem perceber que carrega uma sala inteira junto.

Então, senhor Marcelo, perdoe-me a ousadia, mas tu, com tuas viagens, foste um dos meus poucos motivos para acordar sorrindo às quartas e sextas por um semestre inteiro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Escrito em 11/08/09:

Daqui da sacada que não tenho, roubo ainda seus olhos do palácio em que se esconderam para que perfumem mais uma vez meus cabelos com a aquarela de flores que colhi enquanto fomos amor.Daqui do vigésimo andar subsolo, agarro-me às asas de meus pensamentos passionais gritando "vão-se embora"!Pendurada em meu peito, sua lembrança estremece, moribunda, batendo pé, negando-se a abandonar o plano principal de minha vida.Eu, vendo a cidade inteira por dentro, formalizo seu esgoto, vestindo-o com terninhos para que, se, um dia, você lembrar onde me deixou e quiser buscar-me, a bosta se apresente de forma digna.-


Nesse exato momento acabou a aula de Literatura e eu parei de escrever.
Depois de tanto tempo sem esboçar uma só linha que se borde, eu confesso que me sinto enferrujada.

sábado, 1 de agosto de 2009

Sobre a manhã em Arembepe.

Muitas coisas idiotas, palavras bestas, babaquices, críticas, discussões sobre os absurdos de racionalidade dele.
Nada de romances, mas tudo muito bonitinho.

Vem, baiana, eu mandei fazer sol pra você vir.