segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Escrito em 26/09/08:

"Há, em mim, uma perdição iminente, uma solução que assemelha-se tanto à putaria quanto à morte.Estrelas ruidosas sacodem-se no céu de minha boca entre as baixezas que sepulto, caladas, em minh'alma.Nada de puro atinge a aura que se instalou em mim, a destruição propagou-se ao meu redor desde que destruístes o sorriso mais bonito que poderei jamais ter dado.Qual bicho ferido, rosno e ataco a quem possa tocar-te em mim, guardo-te em meu estômago com o mais materno protecionismo, violenta e ansiosa.Vendo-me sob os olhos repreensivos de um céu carmim e amaldiçoo aos deuses, putas de noites frias, que deixaram-me saber o que queria da vida.Como visão indesejada, tuas imensidões cotidianas de bocejos e arrotos, teus dentes tortos e tuas irregularidades hormonais e sentimentais raptam-me e enclausuram-me na constelação de pensamentos que comungamos e de beijos que sufoco todos os dias na garganta e que jamais te entregarei.Quero-te com um rio correndo em meu corpo nos assaltos que tua lembrança apenas simula, pois tua língua não mais percorre o meu sal.Contorço-me espacialmente aspirando tuas pernas entre as minhas, tuas lavas em meu corpo inteiro, estremeço à mera menção do teu nome.Como outro toque me poderia ser desejado se, como cão sarnento que és, mijaste-me inteira, fedendo para sempre cada dobra em minha pele?Como esquecer o único a quem pertence minha alma, tão desejada por aqueles anjos famintos?Como, se passei vidas, milênios, formando a rocha que entreguei-te sem resistir?Se, como ostra, solidifiquei o que de mais belo houve em mim e dei-te antes de morrer?"



Só porque eu disse a Camila que ia postar, já que ela me comparou a um cachorro.
Tá, não tem nada a ver com o momento, mas se, um dia, eu senti orgulho de alguma coisa que escrevi, foi, sem dúvida, disso. u.u'

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Fim de ciclo.

Vou mudar meu nome.
Agora vocês me chamarão de Senhorita Segundo Grau Completo.


Sim, eu passei.

sábado, 18 de outubro de 2008

Do quanto te amo.

Agora que meu estômago voltou a sentir fome e meus pulmões voltaram a funcionar corretamente posso achar aquelas metáforas pra dizer o quanto.
É assim como uma rocha que porra alguma modifica, e que, ao invés de desgastar com a erosão, aumenta aos poucos ou aos montes a cada beijo.
E o encaixe perfeito dos nossos corpos e das nossas bocas apaga sumariamente toda a minha racionalidade, toda a minha resistência.
E que foda-se o mundo, foda-se que você pode me destruir num segundo, foda-se tudo, eu quero você, o resto pode cair.
É como decidir olhar o céu num dia sem nuvens, quando se ama mais a idéia de sentar-se para observar a cada estrela nova que se vê.
Assim como vejo todos os seus defeitos -ou a maior parte deles- e convivo com eles como se tivesse feito isso a vida inteira.
Eu te amo assim, que quando você me abraça e mantém o olhar no meu, é possível que eu gaste todos os minutos restantes da minha vida alí sem perceber.
Eu te amo, grandissíssima puta que sou.


Eu te amo, muito mais do que eu seria capaz de explicar.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"por nós..."

"Um dia me disseram que havia anjos querendo se alimentar da minha alma (sim, porque anjos se alimentam de almas) porque eu era capaz de produzir uma coisa incomum.Eu era capaz de produzir Amor em estado bruto.Amor puro, destilado.Eu não acho que tenho todo o Amor do mundo em mim, Camila, mas é de Amor que me alimento.Minha mãe fala isso no pejorativo porque quando eu fico com muita saudade ou muito triste, não sinto fome."O que é?Tá se alimentando de Amor, é?" - Mal sabe ela...Eu não sei se anjos se alimentam de almas ou se algum anjo se alimentaria da minha alma maltrapilha, mas eu sou mesmo capaz de produz esse tal Amor puro.Assim, um Amor delicado, sem amarguras, sem amarras.Assim, um Amor delicado e forte e imenso e convexo e sem vírgulas.Um Amor sem desejo até, sem problemas, sem explicações, sem mais nada.Só Amor.Foi quando descobri essa minha forma diferente de amar que inventei o termo "Amor de Amor".Sim, não é por Amor de mãe ou de filha ou de amiga ou de mulher ou do que quer que seja que amo.Eu amo de "Amor de Amor".E o Amor de Amor faz você perder a cabeça e o coração, se pensa com o Amor, se sente com o Amor, se vê com o Amor.O Amor de Amor passa por cima de tudo e fecha as feridas como quem fecha uma caixinha de jóias, simples assim.O Amor de Amor dói às vezes, mas ainda doendo, é bom demais.Eu não sei se o Amor de Amor é incomum assim como a pessoa citada acima me disse, mas não deve ser.Ou não deveria.O Amor de Amor é divino.E diviniza.E sou uma deusa, ao menos enquanto amo."


Escrito em 07 de setembro de 2008.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"Depois dos 17, tudo cai, meu bem."

Aquele velho laço, aquela cumplicidade de anos e anos de pacto.
A velha sensação de pertencer a algum lugar.
O vento fresco e pegajoso da quase praia, o cheiro de cidade desconhecida, o aconchego da Lua.
Não porque estivesse cheia, não só por isso.Sabe-se que todas as fases da Lua são encantadoras.
Provavelmente pela energia, pelo rejuvenescimento.
Os 18 anos estão chegando a galope.
A velha crise de idade vem se aproximando como quem não quer nada.
Eu não quero ter 18 anos.FATO.
"Você parece estar sempre carregando o peso do mundo nas costas, eu só queria te ajudar a carregá-lo".
Qual será o peso dos 18 anos?Mais amargos que os 15?Mais pesados que os 16?Mais intensos que os 17?
Pouco importa, agora eu não quero descobrir.
Meus 17 anos se estão acabando, simplesmente acabando.E quantas vezes eu quis dizer "eu te amo" e calei por ser muito cedo ou por parecer fraqueza?
Meus 17 anos estão acabando e eu, em breve, perderei a possibilidade de dizer tudo o que, aos 17, eu gostaria de dizer.
Meus 17 anos esvairam-se e isso me faz suar frio.



Por que não ficar com 17 pra sempre?
Por que diabos acabar com o rum?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Pensamentos bilingues.

We have no time to cry.
We have no time to love.
We have no time to fuck our senses.
We have no time to dance.
No time to study or have fun.
We have no fun.

We have no fuckin life anymore.


We just have pain.
(but we don't even have time to feel it)

sábado, 11 de outubro de 2008

Gimme a cigarrete, motherfucker.

Sou eu, ou a casa inteira tá fedendo a cigarro?

Deixando a gaveta.

Eu ainda sei o que quero.Eu ainda quero a mesma coisa.
Eu ainda quero ter prazer a cada respirar, como antes.
Eu ainda sei o que sinto, apesar de não saber o motivo ou como mudá-lo.
E eu aceito o que sinto e me desfaço do orgulho e das armas, me rendo a mim mesma.
Não, já não me acho patética por sentir assim diferente.
Amo o que sinto.
Amo a dor que não cessa, a paz que não chega, a claustrofobia.
Amo sentir, amo ainda sentir.
Odeio às vezes, é verdade, mas amo sentir o ódio também.
Já não tenho medo de parecer fraca ou de demonstrar a minha falta de amor próprio.
Não preciso mais esconder lágrimas ou sorrisos, posso ser o que sou, sem medo.
Dou-me o direito de fazer merda, de me foder, de magoar sem querer, de magoar querendo, dou-me o direito de ficar na lama, de me sentir um lixo, de querer morrer, de tentar morrer até, se quiser, dou-me o direito de ser o que sou, goste eu, ou não, disso.
Dou-me o direito de não aceitar repreensões, de não aceitar cara feia, de cair pra a briga, dou-me o direito de desistir, de não sentir, de mandar à puta que pariu.Dou-me o direito de sofrer, de sentir saudade, de querer estar perto, de usar cantadas baratas e de aceitar cantadas baratas.Dou-me o direito de beijar a quem eu quiser beijar e ferir, a mim ou a quem quer que seja, tentando sabe-se lá o que.Dou-me o direito de amar ou não, de viver ou não, de estar ou não, de querer ou não, dou-me o direito de me dar ou não.
Enfim, dou-me o direito de ser.
E sou.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Necessidade.

Hoje eu preciso daquele abraço e daquela faca.
Cravada naquele peito.

Hoje eu preciso morrer, mas só por uns vinte minutos.

sábado, 4 de outubro de 2008

A velha blusa rosa e Edith Piaf.

Nutella, Doritos, brincadeira de criança, meleira, sorrisos, muitos sorrisos.
Um aperto de mãos, os corações acelerados, Piaf, Piaf, Piaf, abraço.
Um beijo roubado, umas lágrimas rebeldes aqui, uns sorrisos bobos alí, uns mais de milhares de beijos acolá.
Foi macumba, só pode ser.




É, hoje foi um dia bom.


Essa história é fictícia, qualquer semelhança com fatos reais será mera coincidência.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

"Poeta bom, meu bem, poeta morto."

Pontuo meus pensamentos: estou desesperada.Como sempre.

Pontue seus pensamentos: estás desesperado.Dá pra ver.

Pontuemos nossos olhares: que ponte nos une e separa?

Pontuaram-me: ela é louca.

Pontuo-me: eu sou louca.Comma.





To trust or not to trust, that is the fuckin' question.