domingo, 30 de novembro de 2008

eterno.

Não me esqueça, meu bem, nunca esqueça.Não esqueça meus olhos ou minha pele seca que vive à espera do encontro com a sua.Não esqueça o meu sorriso, aquele que eu só tenho pra você e ao seu lado.Não esqueça, querido, tudo o que lhee dou e dei infinitas vezes entre olhares e beijos ansiosos, entre saudades e anseios.Não esqueça do que é seu e que se lhe entrega por completo, corpo e essência, na incerteza dos amores tortos de começo e fim de ano e com a fúria dos antigos, pouco vividos e vitaliciamente lembrados.Não esqueça os escaravelhos no estômago ou as rochas esculpidas naturalmente por nossas incontáveis discussões de relacionamento que sempre terminaram em palavras de amor e beijos-labareda.Não, meu amor, não esqueça dos nossos cinco filhos de cabelos cacheados correndo pela casa e agarrando-se às nossas pernas implorando-nos para passarmos a quarta-feira em casa, afinal, "tabaio é muuuuito chato".Por todos os deuses, não esqueça das nossas estrelas e dos nasceres-de-sol que ainda não presenciamos, mas que certamente existirão e de como você segurará minha mão como meu raio-de-sol à primeira menção de luz doirada.Não renegue, homem, meu homem, o prazer que um dia lhe dei apenas pousando um sorriso de boas vindas nos lábios ou lambendo os restos de doritos no seu corpo.Não esqueça, porque eu quero lembrar de tudo, cada gesto, cada sorriso, cada flor, cada tudo, tudo, cada dor de ida e o nirvana atingido em cada reencontro.Não esqueça porque essas lembranças devem apenas existir se forem comuns e eu as quero.Quero jamais esquecer o seu gosto e a sua textura, a sua cor e o emaranhado dos seus cabelos, o calor da sua mão na minha e a cara de desespero que uma ou duas vezes eu presenciei.Quero lembrar e relembrar, a cada dia de nossa vida conjunta, o seu cheiro, que perfume algum consegue alterar, a sua boca na minha, perfeitamente encaixada, como se houvessem sido feitas coladas e algum anjo desastrado as tivesse cerrado.Quero poder lembrar sorrindo, a vida inteira, que eu, que nunca gostei de dividir comida, descobri o quanto doritos fica delicioso se eu o dividir com você e como ele parece sem gosto quando estou longe.Não percamos essas raridades cotidianas, baby, não nos percamos de nós.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

sobre não passar na ufba.

43%.

Rola sim aquela frustração, aquele "porra, vai estar todo mundo lá e eu aqui, me fodendo pro cursinho".
Rola sim o "passei a vida inteira estudando pra isso e não consegui".
Rola sim o "eu sou uma fracassada".
Rola, rola muita coisa, rolam até lágrimas por vacilo.
Mas, mais que isso, que isso, rola a dor da frustração nos olhos dos meus pais, rola a tristeza escondida nos olhos do homem que eu amo, rolam os meus amigos tentando fingir que não é tão ruim assim.
Mais que isso, rola a ferida física à qual eu agradeci internamente, porque dor física leva um pouco da dor interna embora.
Não passar na Ufba não é, nem no top50, uma das piores coisas que poderia me acontecer a vida.
Eu dou muito mais valor a todo o resto, aos momentos felizes que eu tenho, aos beijos quentes que me corroem, ao amor grotesco que me devasta, eu dou mais valor à natureza, às crianças, aos micos e macacos em geral, à vida selvagem, às águas frias, aos risos, às lágrimas.Eu dou mais valor ao prazer.
Muito mais do que a uma prova e um papel me dizendo que estou apta a ingressar no meu futuro.
Eu gostava do tempo em que cada um crescia a seu tempo e que o futuro era sempre futuro.
Eu gostava do tempo em que não existia pessoas e relações "sem futuro".
Eu gostava do tempo em que se podia ser o que se queria ser.
Eu gostava do tempo das cavernas e do tempo dos brinquedos.
E a minha mente deve ter parado lá, porque eu não consigo enxergar a vida dessa forma patética e dicotômica da lista dos que estão dentro e dos que estão fora.

Não passar na ufba,pra mim,é só não passar na ufba, ponto.
Não é o fim do meu mundo, eu paro muito depois.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

salário.

O Amor me transformou num ser barato e mal pago.Me transformou nisso, nesse resto de ser humano pesado e torpe que se arrasta pelas ruas por um pouco de passado.O Amor sugou toda a minha alma e esqueceu-se de devolvê-la.O Amor quebrou o que havia de bom em mim.Elevou-me ao brilho de estrela entre planos de casamento e eternidade e arrancou-me tudo da forma mais cruel, na mudança.Afrodite é uma deusa escrota e ingrata, dei-me inteira em oferenda e ela recusou-me com um mero "o que isso mudaria?".Eu só queria poder parar de doer, de desejar, de amar o que me foi dado e retirado sem dó.Só queria poder parar de morrer.Ou morrer de vez, numa explosão de Opala Azul ou de qualquer coisa menos classuda.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

e hoje em dia...

Entre bolsas, blues e maldições a cadeira dura machuca a pouca carne que amortece a minha bunda.Tudo aqui é muito pouco, tudo em todo lugar é muito pouco.A intensidade se perdeu em alguma parte da minha inércia relacional.A tendência é mudar, mudar seu mundo, tem quem te acompanhe e quem te abandone.Tem quem queira que você mude, sem saber que você sabe o que está fazendo e que não quer mudar.Não é hora então de procurar outro caminho?Quando seu "pra sempre" se desgasta com a falta de compreensão, de aceitação, de amor até, não é hora de olhar pra frente and look for someone to share some life with you?Existem outras canções, luzes de praias distantes, vozes no vento, existe tudo muito maior do que esse mero mundo de "magoa meus sentimentos" no qual mergulhamos.Existe vida além disso aqui, aqui no meu peito, existe em alguma parte escondida dos meus olhos, existe uma mente que trabalha aqui e cada um sabe do que precisa.Talvez eu tenha voltado à fase do "eu vou sozinha", quem quiser e suportar, por favor, me acompanhe, quem não puder, vai deixar saudades, mas todo mundo precisa ser egoísta um dia, talvez essa seja a minha vez.Eu que sempre fiquei, eu que sempre fico, talvez seja a hora de pensar em mim e ir, já que ninguém aqui suporta o que eu quero dar.Talvez tudo isso seja demais, seja pesado e sem paz.Talvez eu seja demais."Vai procurar a sua turma", disse alguma voz na minha mente.Vou procurar os macacos, então, talvez eu seja boa o suficiente pra eles.

domingo, 9 de novembro de 2008

Dezoito e Gim.

Dia 09/11/08 entre 01:00 e 02:00 horas da manhã:
"Eu estou bêbada.Eu já mussarela.Eu já vomitei, você já enojou.Eu te amo.Foda-se a dor que você me ama.[...]Foda-se o futuro que eu já planejei.Foda-se que você é tudo o que eu quero.
FODA-SE!
FODA-SE!
Tudo o que eu sei é do que quero e eu só quero você.
Every fuckin' thing I make I needa share with you.Shit, Shit, Shit."
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Encontro-me, aos dezoito, submersa numa tristeza intrusa, numa solidão falsa, numa insegurança curta e cortante.Esses cortes insistem em latejar incansavelmente.Essa maldita insegurança que só se alastra pelo meu corpo, lambendo a nuca, chupando os meus peitos, apertando suas coxas entre as minhas, essa puta calculista que me joga na cama, aos prantos, sussurrando ao meu ouvido todas as coisas ácidas que jamais lançaram-me com vozes seguras e frias, é o que há de mais concreto em mim agora.Desespera-me procurar em mim ainda a estrela que fui e ver apenas uma chama mínima tentando voltar à fase labareda.Há certezas se acumulando em minhas costas.Certezas terríveis de se acreditar e eu só quero poder não pensar nelas.Eu só quero poder me divertir plenamente de novo.Eu só quero, por um tempo, jogar tudo pra o ar e me divertir, beijar o homem que eu amo sem ter medo do abismo de novo, dançar se der vontade, cantar alto -e fodam-se os cristais!-, eu só me quero de volta, eu só quero a minha luz frenética de novo.Talvez eu só precise de férias e uma overdose de carinhos e juras de amor brega.Talvez eu só precise de um pouco de atenção, "acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto, e nesses dias TÃO estranhos fica a poeira se escondendo pelos cantos", um pouco mais de atenção.
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"Eu erro sempre, mas o Amor aniquila qualquer sentimento ruim que eu sinta por você...Feliz Aniversário.TEAmo, abelha." - K.M.M. - 09/11/08

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

09/11

aniversário de cú se aproximando é rola.