terça-feira, 23 de junho de 2020

No fim, o mundo continua.

De tão proibido esse amor, eles nos criou um espaço escondido para nossos beijos. Tão escondido que passei meses vasculhando entradas e saídas até encontrar, num sonho, um jogo onde finalmente pude lhe beijar. Há tanto medo que, por vezes, me pergunto se é dessas grandes coisas que nos aparecem na vida sem pedir licença e rompem tudo o que havíamos entendido até então que era a vida. Provavelmente não é.
No sonho, como na vida, eu nunca me importo com as proibições. Beija-me a boca e beija-me logo que não aguento mais esperar pela profunda emoção de estar em seus braços. Vem que me cansa fingir que não te quero, que não te sonho, que não invento lugares pra nós, me cansa ver-te importar-se com o que não importa e deixar-nos podar por quem não sabe crescer nada. Cansa-me esperar, porque espero. Não como se a vida lhe pertencesse, mas sabendo que contigo se colore em tons de desejo e suspiros diversos. Esse lugar que você criou no meu sonho, onde podemos virtualmente nos amar não foi criado para nós, era seu esconderijo do mundo. Deixa-me ser esconderijo do mundo, deixa-me amar tudo em você nesse espaço bonito, nessa igreja onde você me beijou sem nenhuma cerimônia porque era sua, e sendo sua, era nossa. Se esconde em mim que eu te protejo, meu amor. Só não se esconde de mim, nem de nós.