quarta-feira, 29 de abril de 2009

'no fundo falso do poço do outro lado do espelho'

O que ficava era o resto, o pouco, o não-tocar, sentir ou expôr.O que ficava era o tempo, parado, repetindo a mesma cena uma infinidade de vezes, sem propósito, sem fim.O que ficava do pensamento era o amor, a putaria, o frio na barriga; o que ficava do pensamento era o espaço.Deuses renovando-se milhares de vezes, repetindo-se, recriando-se na impossibilidade de inexistência, nada antes ou depois, a impossibilidade de locomoção.O que fica além deles?Há além?Há além do infinito para ir?Sem começo, sem fim, houve e sempre haverá, e quando nada: nada.Fica o resto.Fiquei: o resto.

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