quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eu já não sou tão livre assim.

Tenho arrastado os dias na inconstância de momentos que oscilam da dor mais profunda à indiferença mais desdenhosa.De constante fica só a impaciência e a sensação de "o que é mesmo que se passa?", estou entupida, até a boca, de insetos interiores.Me arrependo antecipadamente de todos os dias desejar que as horas passem o mais rápido possível para que chegue logo o tempo de alguma coisa que não seja o que é agora.Tenho fome de futuro, de um futuro que nem sei o que desejo que seja, só desejo que chegue, logo, e que seja futuro.A verdade mais pura é que me perdi de mim, já não sei onde ir, o que fazer, com quem andar e -olha que pouco usual!tsc, tsc. - já não sei quem sou.Mais verdade ainda que a verdade mais pura, não tenho a mínima força pra procurar-me mais uma vez, eu, se quiser, que volte pra mim, vou ficar exatamente aqui, sendo arrastada pela correnteza do São Francisco, ao menos até recuperar o fôlego.O que martelou a manhã inteira na minha cabeça foi "como foi que me tornei tão quadrada?".Daí me vem toda uma discussão sobre papéis, atores e essa eterna palhaçada de convivência e o meu raciocínio simplesmente sobrecarrega a ponto de não mais sair do lugar, de nem conseguir juntar as palavras para formar uma espécie de comunicação qualquer; curto-circuito.A questão é que se a alma interior, assim como a exterior, é construída, talvez ela nem exista de fato, talvez seja tudo alma exterior e a idéia da existência de uma alma interior faça parte dos artefatos que formam a própria alma(exterior).Apesar de formular esse raciocínio, estou num redemoinho tão grande de flacidez e inércia mentais que mal consigo pensá-lo profundamente.é como se todos os pensamentos boiassem sobre as minhas águas e nada os trouxesse abaixo, ao fundo, é como se nada atingisse o consciente, que agora permanece sólido, impermeável e não-maleável.E eu me tornei a própria exaustão física, mental e, principalmente, emocional.De tal modo que, se dormisse durante três dias inteiros, acordaria ainda cansada e com sono.Talvez não pensar por um tempo seja uma boa forma de começar(e de matar o tempo enquanto o futuro não chega), por isso aluguei a primeira temporada de Friend's.Nunca, em toda a minha vida, que não foi tão longa assim, apesar de eu parecer uma velha falando, estive tão inerte.Mas hoje, só hoje, talvez amanhã e por mais uma semana, me permito permanecer, sem crescer ou regredir, simplesmente ficar, barco sem porto, sem rumo, sem mapa.Barco que nem ao menos se sabe barco.



(não reli o texto, então ignorem os erros, as frases mal formuladas, etc...)

Um comentário:

Carol disse...

Talvez alguém esteja voltando do fundo do mar, que bom que vc não morreu afogada! Quando conseguir boiar talvez me encontre na superfície tbm .