terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cromossomicamente.

É engraçado pensar essa minha necessidade compulsiva de escrever como uma característica definida geneticamente.Imaginar uma família inteirinha de pessoas parecidas comigo sentada em frente a computadores ou cadernos, escrevendo por horas a fio, sem parar, sangue do meu sangue.Sobre o que falarão meus tios e tias, meus primos, primas, meus filhos, o que rabiscarão meus netos?Será que terão mesmo o que dizer, como só o Cristiano e a Camila acham que eu tenho, ou simplesmente colarão umas palavras nas outras como eu faço numa tentativa quase sempre frustrada de relaxar os músculos pensatórios?Que sonhos literários sonharão?Que quimeras?O que, de ígneo, ensurdecerá seus olhos nos breves momentos de uma palavra que se borda, rápida e ácida, e se ressignifica sob as mãos calejadas dos poetas que, em suas mitocôndrias, nada compartilham comigo e que, ainda assim, têm genes dos meus?

Haverá algo mais de genético em minha personalidade?Os exageros?O movimento?Os amores? Ou será tudo a minha alma exterior?

E eu não gosto de finalizar posts com perguntas, mas essa não tem resposta.

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