sexta-feira, 29 de agosto de 2008

2ª geração romântica.

Seria preferível a morte a esse descontentamento, a essa inércia.
Seria muito preferível a essa vida óbvia e anestesiada.
Sim, seria preferível que me arrancassem de uma vez as tripas a essa insegurança, a essa sua indeferença.
A esse silêncio, a essa melancolia, a esse desprazer.
Eu a preferiria a esse desamor, a esses sentimentos pequenos e limitados, a essa rotina.
A preferiria a esse arrependimento, a esse descontrole mental, a essa dor lascinante.
Preferiria a esquecer-me do quanto posso ser feliz, do quanto posso ser eu mesma.
Preferiria a esse não poder ser eu mesma, a essas obrigações sufocantes, a esse gosto amargo na boca.
Preferiria a morte a esse apartamento, a essa cozinha, a esse mar que só vejo de longe no caminho para o ofício, a esse chão frio, a essas lágrimas putas, a esse calor.
Não há mais dias de chuva nessa cidade, não entendo.O que houve com o inverno?
Um dia de chuva torrencial acalmaria meus ânimos.
Nessas noites frias e vazias de agora, rolo na cama abafando entre as cobertas uma rejeição implícita em cada palavra sua.
Abafando os gritos do meu coração latente, da minha alegria sufocada.
Ponho os dias felizes deitados com as pernas entre as minhas e os embalo com aquelas velhas canções infantís.
Aliás, só as velhas canções infantís têm me expressado de forma convincente.
E é a elas que recorro para pôr qualquer coisa de mim para fora.
Eu tenho um coração.Como é possível que alguém possa não perceber isso estando tão perto, tão dentro?
Ai, ai...Eu tenho um coração.E o meu coração quer um dia chuvoso, um banho de chuva.
"Não chore pelos momentos felizes terem passado, sorria por terem acontecido." de cú é rola.
Quem quer que tenha sido o filho-da-puta que escreveu isso, ele não sabia do que estava falando.
Depois de ter tanta vida, tanta felicidade, tanto mundo em minhas mãos, como posso contentar-me por ter agora apenas poesias frias e infiéis entre meus dedos?
É, Larão, a palavra é aquela mesmo.Infeliz.Eu estou infeliz.
E isso vai passar, eu só preciso lembrar de como recontruir a minha vida, e arranjar forças para fazê-lo.
O que acontece se você tomar Red Bull demais?Parada cardíaca?Tá aí, quero saber.
Eu preferiria a morte a essa carência, a essa solidão, a essa saudade dos tempos em que o seu sorriso brilhava como o sol.
A essa saudade do tempo em que você me achava boa o suficiente pra receber um elogio qualquer, e da doçura com a qual você o fazia.
Do tempo em que eu não me sentia ridícula ao ligar só pra dizer "ó, tô com saudade.".
Do tempo em que ouvir a sua voz era o suficiente pra saber que você me amava.
Eu tenho saudade da gente, meu amor, da chuva debaixo da árvore, do álcool, de dançarmos escondidos nos fundos do shopping, dos risos de amor besta, eu tenho saudade da paz, e eu preferia morrer a sentir isso tão plenamente.
É, eu preferia não lembrar que os momentos bons aconteceram, eu, ao menos, não morreria por querê-los de volta.
Eu preferiria morrer a ter essa tensão pré-menstrual.E não me leve a mal, tudo isso é tensão pré-mesntrual.Ai, rimou.Sério, tudo, cada palavras, cada sentimento, cada dor, tudo TPM.Então, por favor, não se chateie.Não agora que eu preciso tanto.



Preciso de um tempo.Um tempo fora de mim, um tempo fora de tudo.
Eu preciso de um tempo fazendo coisas boas, lembrando como é não ser um robô.
Lembrando de como pode ser bom acordar.
Eu preciso de um tempo, de um porto seguro, de uma certa atenção, de um pouco de Amor.
Trégua, trégua.Eu me rendo.


Carol, obrigada por me deixar desabafar.
Obrigada por desabafar também.
Por me deixar fazer parte da sua vida quando parece que ninguém mais me quer por perto.
Ai, eu tô muito emo hoje.


(vou de emo no mico de segunda, decidi.)

Um comentário:

Carol disse...

Obrigada por você me deixar ser importante p vc.