terça-feira, 29 de junho de 2010

De paz.

É como ohar aquela sua pratileira que estava um caos e ver os livros que você mais ama empilhados na ordem de importância que têm na sua vida. É poder olhar nos olhos de quem te pergunta se está tudo bem e poder dizer com toda a certeza e com todo o orgulho "está tudo em paz". E quando digo paz, não me interprete vulgarmente, eu digo paz. A paz de saber que cada célula do seu corpo está colocada no exato lugar onde deveria estar e que cada centímetro de céu é mais um centímetro seu, você pode explorar ou não. "É se olhar no espelho, saber que é humano, ridículo, limitado, que só usa dez porcento da sua cabeça animal" e sorrir, tudo bem em ser o que é, qual o problema? É ver que todo esse tempo, que antes era tão pouco, é tão grande e tão flexível... É não ter mais tanto sono, não, mais que isso, é não ter mais aquele desespero de dormir. É gostar do prazer e gostar da dor de ser quem é e degustar cada segundo com talher de prata, mas com gosto de comida pega com a mão. É quando a única coisa que lhe falta realmente são aqueles clássicos que você não leu, mas que agora, com tanto tempo, sabe que poderá ler. É sentir-se uma criança, pura e forte como uma criança, que se sorrir e mostrar o muque é capaz de vencer todos os dragões, nem comento sobre os moinhos de vento.


É saber que por mais frio que seja o inverno, aqui ou em algum lugar do mundo, sempre existirão as flores.

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