domingo, 8 de maio de 2011

Da faixa limítrofe, na infinidade de um segundo.

Preciso ser franca esta manhã, então, perdoem o que for para perdoar do que lerem a seguir.
Preciso parar de agir como se soubesse quem sou, a verdade é que eu não faço mais idéia. E nós estamos sempre tão certos de que existimos em corpo e ação que a auto-afirmação se põe no mero sussurar das palavras "eu sou", mesmo quando não sabemos quem somos no agora (acontecência). Cheguei agora a pouco em casa, depois de uma noite inteira de gritos e pulos, depois de uma noite inteira de exorcismos. Me olhei no espelho e vi um amontoado de coisas aleatórias, sentimentos controversos, desejos desconexos, vi em mim um bagunçado de coisas que não eram minhas, e que tampouco deixavam de ser. Essa porção de conceitos e de convicções que me fez acreditar-me capaz de dissernir, joguei-a no chão, como às peças de roupa, jóias e uns tantos outros acessórios. Assim, despida de tudo aquilo que supostamente sou eu, escrevo-lhes aqui, vestida de mim. Já não tenho certeza de coisa alguma, tudo é possibilidade. Talvez por isso Descartes tenha se batido tanto para chegar a uma certeza absoluta. "Penso, logo existo". Tudo é possibilidade, tudo é relativo e toda realidade é questionável. O que torna real aquilo que alguém vê? A mera visão é argumento sem espaço. As coisas acontecem antes na vida ou em nossas mentes? [Toda realidade é realidade para uma consciência]. O que vai além é o que transborda ou o que cabe em nós? E o que vai além transborda ou cabe em nós?



[texto confuso de uma cabeça confusa]

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu penso, portanto eu sou.