"Por que você parou de escrever?" - me perguntaram.
Haveria muita coisa a dizer se em mim não fosse puro vácuo emocional. Vivo aqui, rasa e prematura, encubada em convicções que já não me dizem nada. Tudo é puramente relativo e eu já não bato o pé por coisa alguma; tanto faz. Meio medíocre, meio fraca. A única coisa certa aqui é a saudade, florescendo em todos os cantos do quarto, da sala, em cada esquina e sorriso - saudade daquelas explosões de amor e ódio, depois amor amor amor, sem vírgulas. E tudo o que eu faço é pra amenizar essa dor meio absurda, meio surreal, e fujo às pressas para as cores da colina. Cores, sonhos em quedas, o mundo dissolve e estoura o meu corpo, mas de que outra forma tão pouco de tudo seria suportável? O pouco pesa, magoa e divide-se/me em mil pedaços acumulados em livros, músicas e no girar calmo e tranquilizador do ventilador. O pouco criou toda uma parafernália de sentimentos lisos e abraços soltos em meu corpo. O pouco criou os apertos, o tesão, o "fica comigo esta noite e não te arrependerás". O pouco cria a cada dia mais poucos em mim, e de poucos em poucos me faço aqui em pouco bem estar - que já é melhor que a morte de antes. Mas não se engane, o pouco junto nunca, nunca, se torna muito. O pouco junto se torna menos ainda. E nesse trapézio de sempre, de desde a infância, se eu cair, não há rede pra me amparar. Mas eu sou a queda, lembra?
5 comentários:
meu deus,
eu caberia nesse seu texto.
*-*
saudades de vir aqui, ♥
mto bom ein
bom de vdd
http://chardiebatista.blogspot.com/
da uma passadinha por lah !!
abrax
Excelente! Por acaso anda ouvindo as Canções Praieiras do Dorival Caymmi? Um beijo.
Ela voltou e as palavras voltaram! Até que enfim ;]
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