quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

De outro.

Ele veio assim meio como quem não quer nada, meio como quem quer tudo de uma vez só e me adorou por uns dias.Nada mais do que algumas horas de "você é linda" e uns sorrisos já quase não sentidos.Apertou meu corpo contra o seu e fugiu das minhas mãos a procurá-lo.Foi curto e marcante, admito.Diferente de tantos outros que me passaram por aqui, ele foi suave e infantil, foi doce.Mas já ninguém é mesmo capaz de fixar as garras em mim sem afundar, que sou areia movediça e assim ele não ficou.Tudo o que restou dele aqui, no fim das contas, foram duas marcas roxas no meu pescoço, uns sacos de Doritos no lixo da cozinha, o papel [ainda com filtro, mas sem tabaco] de um cigarro não fumado no chão do quarto e a quase certeza de um tempo interminável de solidão que me vem pela frente.

2 comentários:

Marcelo Centauro disse...

Muito bom.

Neto disse...

as palavras me encantam ^^.. vc me encana :D