Tem essa faceta de mim que sou eu inteira e que vez em quando me encontra e me faz viver toda a potência de quem sou. Essa mesma parte, tão forte, tão fértil, tão frágil que se esconde e parece morrer toda vez que sou ferida, renasce como fênix vez ou outra e me lembra quão amorosa posso ser com o mundo, quão amorosa posso ser no mundo. É difícil manter esse brilho diante de tanta ferida, mas ele não é "pra que", como me fizeram e fazem pensar, ele é porque. Porque e por quê. É essa parte que quer se mostrar para o mundo, toda amor, toda doação, é essa parte que quer receber o mundo, todo amor e toda doação. É que um aplauso é nada mais que uma onda de conexão amorosa entre artista e platéia, do mais profundo para o mais profundo, indo e voltando, eterno. Como o som de uma cachoeira, como o canto do pássaro mais tímido, como uma flor que abre a terra em amor, essa parte minha é abertura. Pura e escancarada, vulnerável abertura. Mas uma fênix é tão vulnerável assim?
Não temos a arte para não morrer da realidade, Nietzsche. Temos a arte para amar a realidade.
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