Shot. Hit me again.
Shot. Hit me again.
Shot. Hit me one more time.
Shot. Once again.
Shot. Shot. Shot.
Daí você dança e rodopia e se esbalda e cai e rola. Daí você grita e brinca e ri e canta. Daí você vive e esquece e os espinhos não doem. E as pessoas acham que você está radiante e linda e divertida. Na verdade, você está ali entregue, é toda a sua fraqueza que está dançando, não você. Não é você que ri ou canta, é aquela tristeza mais escrota, mais profunda, aquela que você não assume nem pra si, mas que dói todo dia, incansável, no canto esquerdo do seu estômago. E ela sapateia sobre o seu corpo e ri da sua impotência. E ela te leva a uns braços, pronta pra te jogar e, o que só o mínimo da consciência que restou a impede de fazer, implorar ou matar. E como ela sorri todo mundo acha que você bebe pra ser feliz, mesmo que você beba pra morrer.
[texto escrito um dia depois da Calourosa]
Um comentário:
Bárbara, te achei sem querer... mas que bom que achei. :)
Adorei te ler, escreves muito bem, me fez bem!
Muito obrigada.
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